Preços da oferta turística em Cabo Verde diminuíram 10,9% no terceiro trimestre de 2019

Variação homóloga trimestral (-10,9%)

Conforme o relatório do INE-CV, a classe dos Hotéis, Cafés e Restaurantes apresentou uma variação homóloga de -11,0%, valor inferior em 5,8 p.p. à verificada no trimestre anterior. A esta variação correspondeu uma contribuição de -10,9 p.p. para a variação do IPT Total.

Segundo a mesma fonte, a componente do Alojamento, que corresponde a 70,1% da despesa turística, com especial destaque para os Hotéis, registou uma contribuição negativa de 12,6 p.p., de sinal idêntico à do trimestre anterior, mas de maior intensidade (-5,6 p.p.). A Restauração cujo peso representa cerca de 28,8% da despesa turística, contrariou a tendência, apresentando uma contribuição positiva (1,7 p.p.), ligeiramente inferior (-0,1 p.p.) que a do trimestre anterior.

De salientar que o movimento dos preços das dormidas em Hotéis (com uma contribuição de negativa de 12,41 p.p.) e dos Aldeamentos Turísticos (estes com uma menor contribuição negativa de 0,14 p.p.) foram determinantes para este comportamento do IPT Total. Dois componentes do IPT apresentaram contribuições de sentido oposto à dos restantes: os Restaurantes (1,76 p.p.) e os Hotéis-Apartamentos com uma contribuição marginalmente positiva (0,004 p.p.). De notar ainda, dois componentes do IPT que apresentaram contribuições negativas, tais como Cafés Bares e Similares (0,07 p.p.) e Pensões (0,01 p.p.). “O nível médio dos preços das restantes componentes manteve-se praticamente constante em relação ao trimestre homólogo”.

Variação trimestral (0,0%)

Ainda de acordo com o estudo realizado pelo INE-CV, a taxa de variação no trimestre em análise foi nula (0,0%), valor superior em 6,6 p.p. à registada no trimestre anterior em que o mesmo se situara em -6,6%. No mesmo trimestre do ano anterior, verificara-se, igualmente, uma variação em cadeia positiva (6,3%), superior em 13,6 p.p. à do segundo trimestre de 2018. “Estes resultados são a consequência de movimentos sazonais de natureza mensal, com particular incidência na componente de Alojamento”.

Para o INECV, a variação deste trimestre face ao anterior revela uma diminuição significativa, embora de menor amplitude que no trimestre anterior, dos preços dos Serviços de Alojamento, com particular incidência nos prestados por Hotéis (-0,1%) e Aldeamentos Turísticos (-0,3%). Já nos serviços prestados por Residenciais verificou-se um aumento dos preços (0,1%), enquanto que nos restantes serviços turísticos registaram-se variações nulas, face ao trimestre anterior.

Índices Regionais

A nível das Ilhas do arquipélago, os dados estatísticos apontam que Santo Antão, Boa Vista e Santiago apresentam variações trimestrais de sinal negativo (-0,4%, -0,6%, e -0,3%, respetivamente), que foram determinante para o movimento do IPT Nacional, compensando assim, o movimento positivo verificado nas ilhas de São Vicente e do Sal.

De sublinhar que a atividade turística nestas ilhas corresponde cerca de 56,1% da atividade a nível nacional. “As Ilhas de Santo Antão e Santiago registaram um comportamento de quebra no nível dos preços face ao trimestre anterior com contribuições para a taxa de variação homóloga trimestral do IPT marginalmente negativas (-0,01 p.p. e -0,005 p.p., respetivamente)”. A ilha da Boa Vista apresenta marcada contribuição negativa para variação homóloga trimestral do IPT total (-0,27 p.p.).

A variação face ao trimestre homólogo dos preços dos serviços turísticos na ilha de São Vicente correspondeu a uma contribuição marginalmente positiva para o IPT total de 0,0003 p.p., que não atenuou significativamente as contribuições negativas das restantes Ilhas com especial relevo para o Sal (-4,08) e Boa Vista (-6,62). Dados indicam que a nível de variação trimestral, todas as ilhas determinaram pelas suas contribuições, o andamento do IPT Total, com valores mais marcados para a Boavista e Sal.

O índice de Preços Turísticos (IPT) é um indicador que tem por finalidade medir a evolução no tempo dos preços de um conjunto de bens e serviços considerados representativos da estrutura de consumo dos turistas. É um índice que vem sendo implementado pelo INE-CV de forma faseada.

Refira-se que no primeiro trimestre de 2016 alargou-se a sua cobertura com a inclusão dos Restaurantes, cafés e bares e dos Serviços de entretenimento e cultura. Em resultado deste alargamento de âmbito, as três classes de produtos da Classificação do Consumo Individual por Objetivo (CCIO) agora consideradas cobrem cerca de 90% do Total da Despesa Turística. Celso Lobo


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