Portugal: Cabo-verdiana arguida por ter abandonado filho num ecoponto e destaque na imprensa

Conforme a Lusa que foi investigar, Sara, mãe da referida criança, tem 22 anos, é cabo-verdiana e morava numa tenda, na rua, há sete meses, vivendo de forma ilegal em território português há cerca de dois anos.

A Polícia Judiciaria portuguesa usou video-vigilância de terminal de cruzeiros para identificar e prender a mulher que se livrou de recém-nascido num ecoponto, perto de uma discoteca lisboeta.

Segundo a mesma agência, a arguida está indiciada da prática de homicídio qualificado, na forma tentada.

Para a PJ portuguesa, a mãe do recém-nascido agiu sozinha, o parto foi feito na via pública, e nunca revelou a gravidez a ninguém, vivendo numa situação "muito precária na via pública".

Salienta que a mulher estava consciente, sem perturbações mentais, não apresentando sinais de consumo de drogas - ela que não tem antecedentes criminais.

Sobre o pai do recém-nascido, a polícia portuguesa afirmou que o mesmo "não se encontra na cidade ou na região", enquanto a jovem disse na altura da sua detenção que não sabia quem era o genitor do filho.

A mesma fonte descreve que o recém-nascido foi encontrado por um sem-abrigo, ainda com vestígios do cordão umbilical, e foi depois transportado ao Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, a inspirar alguns cuidados.

Daniel Virella, responsável pela unidade de cuidados intensivos neo-natais do Hospital Dona Estefânia, disse que o recém-nascido "é um bebé saudável".

Quem é a jovem cabo-verdiana?

Segundo as informações recolhidas pelos meios de comunicação portugueses e o Asemanaonline, a jovem cabo-verdiana, de 22 anos, é natural do Tarrafal de Santiago. Familiares garantem que, tendo conseguido apenas uma vaga numa universidade lusa, mudou-se para Portugal a fim de estudar há cerca de dois, com a intenção de morar inicialmente com um irmão com quem ia mantendo contactos à distância. Ao chegar Lisboa, esse irmão deixou-a à sua sorte. Sara entrou em território português com um visto turístico, mas nunca chegou a pedir autorização de residência temporária. Permaneceu ilegal, prostituiu-se e foi viver na rua. Agora aguarda pelo julgamento no Estabelecimento Prisional de Tires.

Em comunicado distribuído à imprensa, a Embaixada de Cabo Verde em Portugal anunciou que vai fazer diligências para "recolher mais informações" e prestar todo o apoio necessário à jovem.

Conforme a Lusa, a Embaixada explica que situações desta natureza estão associadas a "casos de profundo desespero, de grande perturbação ou de desequilíbrios emocionais muito fortes", acrescentando que "nestas situações" é sempre mais "avisado compreender para ponderar as ações adequadas do que condenar à partida, no pressuposto de crueldade intencional", concluiu a representação diplomática da cidade da Praia em Lisboa.


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