Explosão em mina de carvão faz 14 mortos na China
Pelo menos 14 pessoas morreram e outras duas continuam presas, na sequência de uma explosão numa mina de carvão na província de Guizhou, no sul da China, informou hoje a agência noticiosa oficial Xinhua.
A explosão ocorreu na madruga de terça-feira. As equipas de resgate conseguiram, entretanto, libertar com vida sete dos 23 trabalhadores que se encontravam na mina, situada no condado de Anlong.
Os serviços de emergência encontraram ainda os corpos sem vida de 14 mineiros, enquanto os outros dois permanecem encurralados por debaixo dos escombros.
O acidente acontece depois de, no sábado passado, uma inundação numa mina de carvão na província de Sichuan, centro da China, ter feito 5 mortos e deixado 13 mineiros encurralados.
As minas de carvão na China, consideradas na última década as mais perigosas do mundo, registaram no ano passado 224 acidentes, que causaram um total de 333 mortos, segundo dados oficiais.
Durante anos, as minas de carvão do país tiveram uma alta taxa de sinistralidade, relacionada com a sobre-exploração desta matéria-prima - a principal fonte de energia do país - devido à ausência de medidas de segurança.
O encerramento de minas ilegais, muitas delas de pequena dimensão, e o aumento das ações de fiscalização contribuíram para os dados atuais de vítimas mortais, 20 vezes menos do que as registadas há uma década.
O pior ano deste século foi 2003, quando se contabilizaram 6.990 mortes nas minas no país.
Acidentes laborais são, contudo, frequentes na China, com o país a registar cerca de 70 mil mortos por ano devido a desastres em fábricas, minas ou armazéns - 20% do total mundial de mortes no trabalho, segundo a Organização Internacional do Trabalho.
Em 2015, a explosão num armazém no porto de Tianjin, no norte do país, por causa da armazenagem ilegal de químicos, provocou 173 mortos.
Nas últimas três décadas, a economia chinesa cresceu em média quase 10% ao ano, mas as sucessivas tragédias são cada vez mais fonte de descontentamento popular.