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Hong Kong. Polícia congela fundo de apoio a manifestantes pró-democracia

As autoridades policiais de Hong Kong congelaram o equivalente a cerca de nove milhões de euros de um fundo destinado a apoiar manifestantes pró-democracia e detiveram quatro pessoas por suspeitas de lavagem de dinheiro. Nas ruas, os manifestantes pedem à polícia provas destas acusações, considerando-as infundadas.

A polícia de Hong Kong focou a sua investigação na plataforma online sem fins lucrativos Spark Alliance, criada em 2016, que atualmente estava a recolher donativos destinados aos críticos do Governo dessa região administrativa da China.

A Spark Alliance é uma das duas plataformas que já juntaram milhões de dólares para fornecer apoio legal às pessoas detidas nos protestos pró-democracia que duram já há meio ano.

Agora, as autoridades policiais acreditam que algumas das doações a esta plataforma foram utilizadas pelos criadores do fundo para outros investimentos.

“Descobrimos que o dinheiro doado foi transferido para outra empresa e que uma quantia significativa foi investida em produtos pessoais”, afirmou o superintendente Chan Wai-kei. “A pessoa que beneficia destes produtos é a mesma que comanda essa outra empresa”.

Os detidos por suspeita de lavagem de dinheiro são três homens e uma mulher com idades entre os 17 e os 50 anos.

Num comunicado na sua página de Facebook, a Spark Alliance descreveu as suspeitas da polícia como “nódoas” e informou que os quatro detidos têm representação legal, não podendo avançar mais informações devido aos “processos legais pendentes”.

A plataforma afirmou, porém, que vai deixar de aceitar donativos na sua conta no banco Corporação Bancária de Hong Kong e Xangai, sediado em Londres.
“Não permitimos que forças externas interfiram”
A polícia esclareceu que, para além das pessoas que lidam com o dinheiro proveniente de atividades ilegais, também as pessoas que financiam essas atividades apesar de saberem que estão a facilitar crimes estão sob o risco de serem detidas.

Esta sexta-feira, o líder chinês Xi Jinping frisou que não seria permitida a intromissão de forças estrangeiras nos assuntos domésticos do país. Numa cerimónia para assinalar os 20 anos da passagem da soberania do território de Macau para a China, Xi Jinping disse que o patriotismo é a chave para o sucesso de Hong Kong.

“Devo enfatizar que, desde que Hong Kong e Macau regressaram à sua terra-mãe, lidar com os assuntos estas duas regiões administrativas especiais é inteiramente da responsabilidade da China e não compete a forças estrangeiras. Não permitimos que quaisquer forças externas interfiram”, esclareceu o Presidente chinês.

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