O presidente da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição) considerou que São Vicente precisa da solidariedade de todos, dentro e fora de Cabo Verde, para reconstrução pós tempestade que fustigou a ilha na madrugada de segunda-feira, 11.
João Santos Luís falava à imprensa na rotunda da Ribeira Bote, na segunda-feira, 11, onde esteve a acompanhar a situação, e aproveitou para lamentar a perda de vidas humanas e pedir ao Governo para criar as condições para reduzir o impacto de eventuais sinistros deste tipo.
“Não têm criado essas condições em São Vicente, para além da UCID ter chamado a atenção muitas vezes, tanto no parlamento como em conferências de imprensa, para situações de construções no leito das ribeiras e nas encostas em que as autoridades têm muitas responsabilidades”, afirmou, apelando também ao desassoreamento dos diques.
Segundo o presidente da UCID, mitigar os impactos significa mitigar o sofrimento que algumas pessoas podem ter.
Para João Luís, São Vicente encontra-se neste momento numa situação crítica principalmente nas áreas de Praça Estrela, Ribeirinha, Ribeira Bote, Avenida 12 de Setembro, Bela Vista e Chã de Alecrim, esta última onde se registaram vários estragos, principalmente nas vias, provocadas pelas enxurradas.
“Fizemos várias intervenções quando a Câmara Municipal de São Vicente estava a lotear terrenos naquela ribeira de água. Construíram nesse local e impediram o caminho de água e hoje temos uma casa com as bases expostas, porque a natureza fez outro caminho para a água”, criticou a mesma fonte.
O presidente da UCID disse ainda que concorda com a declaração do Estado de Calamidade e com o cancelamento do Festival da Baía das Gatas sublinhando que “a preocupação neste momento deve ser para criar as condições para acudir as famílias, as que perderam entes queridos e os empresários que perderam os seus negócios”.