O porta-voz do Movimento Di Povo pa Povo, Alberto Koenig, afirmou ontem, na Praia, que os cabo-verdianos não estão a exigir luxo, mas condições básicas de vida, destacando falhas estruturais que afectam diariamente a população. Da energia aos transportes, tudo são direitos básicos que devem ser proporcionados por quem foi eleito para gerir o país.
“Não estamos a pedir luxo, estamos a pedir o mínimo, para que, quando quisermos ir até à nossa casa, o possamos fazer em segurança; para que, ao darmos a mão no interruptor, a luz acenda; para que, ao abrirmos a torneira, a água saia; e para que, quando precisarmos visitar familiares noutras ilhas, possamos fazê-lo de barco ou avião… Isso não é exigir muito, não é?”, questionou.
Alberto Koenig fez estas declarações à imprensa durante a mobilização nacional, realizada em Santiago, Sal, Santo Antão, São Vicente, Boa Vista, sob o lema “Gossi ké hora”, tendo avançado que o principal objectivo desta iniciativa é a união do povo cabo-verdiano.
Problemas em diferentes ilhas
Citado pela Inforpress, o porta-voz alertou para problemas estruturais que persistem em várias regiões do país, incluindo a desordem urbana em São Vicente, a falta de energia na Praia e a perigosidade da estrada Espargos-Santa Maria, que ceifa vidas todos os anos.
No seu entender, estas situações reflectem uma “falta” de planeamento e de atenção por parte dos governantes, ressaltando que a democracia em Cabo Verde não se esgota no voto.
“Se a democracia é o poder do povo, não estamos a sentir isso. Nosso poder, actualmente, é o voto de 4 em 4 anos, de 5 em 5 anos. Tem muitas coisas que poderiam estar melhor. Mesmo em termos de voto, poderíamos ter mais referendos, para o povo dar a sua opinião sobre decisões importantes”, exemplificou.