Europa desencadeia contraofensiva no conflito comercial com Trump
Os diretórios da União Europeia têm em vigor, a partir desta sexta-feira, taxas aduaneiras agravadas para dezenas de produtos dos Estados Unidos. É a resposta às políticas protecionistas adotadas pela Administração Trump. São visados produtos como o vestuário de ganga, o bourbon ou as motas Harley-Davidson.
Para a maior porção dos produtos norte-americanos atingidos pela
retaliação comercial europeia está reservada uma tarifa de 25 por cento.
Mas há também bens que passarão a acarretar uma taxa de 50 por cento,
nomeadamente calçado, alguns tipos de vestuário e máquinas de lavar.
Bruxelas responde assim às taxas norte-americanas de 25 por cento sobre
as importações de aço e de dez por cento para o alumínio.
A comissária europeia Cecilia Malmström, com o portefólio do Comércio,
reafirmara já esta semana que “a decisão unilateral” da Administração de
Donald Trump não deixava “outra escolha” à União.
“As regras do comércio internacional não podem ser violadas sem reação
da nossa parte”, insistiu Malmström, para acrescentar que, “se os
Estados Unidos suprimirem as suas tarifas aduaneiras”, as taxas
europeias serão “igualmente suprimidas”.
Recorde-se que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker,
havia já prometido uma resposta “clara” a uma via que “desafia toda a
lógica”.
Na quinta-feira, o vice-presidente do Executivo comunitário Jyrki
Katainen admitia que a escolha dos produtos norte-americanos a taxar
assentara no “peso simbólico”: até “politicamente”.
“Se escolhemos produtos como as Harley-Davidson, a manteiga de amendoim, o bourbon,
é porque há alternativas no mercado. Não queremos fazer nada que possa
prejudicar os consumidores”, explicou, por outro lado, o número dois da
Comissão.