Acordo entre Merkel e Seehofer adia crise política na Alemanha

A chanceler alemã e o líder bávaro alcançaram um entendimento sobre as políticas migratórias que prevê a criação de “centros de trânsito” para conter a migração secundária. O documento tenta salvar a coligação de Governo e impede para já a demissão do ministro alemão do Interior, mas a sua aprovação depende agora da palavra final do SPD e de um novo acordo com os vizinhos austríacos.

É uma aparante cedência por parte da chanceler alemã que evita um cenário imediato de crise política no executivo alemão. Depois de várias semanas de confronto, Angela Merkel, da CDU (União Democrática Cristã), e Horst Seehofer, líder da CSU (União Social Cristã), chegaram a um entendimento sobre a questão migratória. 
Os detalhes ainda não são totalmente conhecidos, mas sabe-se que este inclui a criação de “centros de trânsito”, à imagem de zonas de segurança em aeroportos internacionais onde se faz o controlo alfandegário e de passaportes. Na prática, estes centros não serão considerados território alemão, o que fará com que seja mais fácil deportar migrantes, refere a agência Reuters.
O acordo prevê também recusar a entrada de requerentes de asilo junto à fronteira com a Áustria caso estes estejam registados noutro país da União Europeia.  
As medidas pretendem, desta forma, conter as “migrações secundárias”, ou seja, o movimento de migrantes dentro do Espaço Schengen, uma vez que muitos chegam a outros países europeus acabam por escolher a Alemanha como destino.  
O entendimento chegou cinco horas depois de uma reunião realizada esta segunda-feira, em que Angela Merkel, no poder há mais de 12 anos, tentou evitar a demissão iminente do seu ministro do Interior. Horst Seehofer chegou mesmo a ameaçar bater com a porta no último domingo, dando três dias à chanceler para propor novas medidas satisfatórias. Ao fim de 24 horas, havia um acordo selado entre os dois líderes.  
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