Manifestações em 5 ilhas: Mais um cartão vermelho ao Governo de Ulisses Correia e Silva
O Governo de Ulisses Creia e Silva recebeu, hoje,05, de Julho, mais um cartão amarelo com manifestações de protestos em pelo menos cinco ilhas de Cabo Verde. É que, segundo alguns analistas políticos, em causa estavam as políticas públicas do actual executivo suportado pelo MpD, com destaque para a falta de segurança, o desaparecimento de pessoas, a dificuldade na evacuações de doentes, o desemprego com incidência nos jovens e no meio rural agravado por seca e a necessidade da regionalização de Cabo Verde.
O povo esteve nas ruas das ilhas de S. Vicente, Praia com o o concelho de Santa Cruz de Santiago, Boa Vista, Sal e S.Nicolau. Caricato é que, sendo os jovens, que mais sofrem com a falta de emprego e oportunidade para formação, tiveram uma participação mais fraca nessas marchas de protestos.
A jornada mais participada foi a da cidade do Mindelo, através do Sokols 2017, cujo protesto começou a partir da Ribeira Bote, com uma espécie de réplica à marcha com a bandeira negra da fome do lendário Capitão Ambrósio. De negro, os participantes transportam cartazes, com várias palavras de ordens como: Forme de autonomia para S.Vicente; Fome de Transparência; Fome de dignidade; Fome de três bocad.
O líder do Sokols 2017, que antes do protesto tinha declarado que não se preocupava com o número de participantes, mas sim com o objectivo de transmitir à população o hábito de manifestar quando se sente que as coisas não estão bem. “Não nos importamos se aparecerem 20.000 ou 20 pessoas. Iremos marchar sempre, até as nossas vozes serem ouvidas e a cada ilha for atribuída o seu devido valor”, fundamenta Salvador Mascarenhas citado pelo Mindel Insite, que aproveita para agradecer a todos participantes da marcha, que diz ter sido «com um elevado espírito de cidadania activa e que «Cabo Verde tem esperança».
Praia e outras ilhas
Na Praia, o Movimento Kordá Cabo Verde também protestou neste 05 de Julho, tendo mais de meia centena de jovens bloqueado a entrada do Palácio da Assembleia Nacional, tendo criado, por alguns minutos, embaraço no momento em que as entidades e convidados preparavam-se para sair da sala depois da sessão solene. Emocionada, uma jovem pediu aos colegas para prosseguirem com a luta, apelando, com lágrimas nos olhos, para não se abandonarem Cabo Verde diante das dificuldades que enfrentam para conseguirem uma bolsa de estudo ou um emprego.
O porta-voz, Yannick Nazoliny, mostrou-se satisfeito com a passeata e avisa que a luta vai continuar, particularmente contra o alcoolismo e a pobreza extrema – pediu aos governantes para diminuírem viagens e disponibilizarem essa verba ou parte dos seus salários para apoiar os mais necessitados. Em Santa Cruz também houve manifestação promovida por um grupo de mulheres.
O mesmo se pode dizer nas ilhas de Boa Vista, Sal e S.Nicolau. Além dos aspectos referidos, solicitaram mais atenção à problemática de desaparecimento de crianças, evacuação de doentes e atendimento nos hospitais.
Pra alguns analistas, estas manifestações de protesto constituem mais um cartão vermelho – já aconteceram outras - apresentado ao Governo de Ulisses Correia e Silva. Este tem, no entanto, uma leitura diferente, como se pode ler neste jornal.
É que, segundo alguns analistas políticos, em casa estão as políticas públicas do actual governo, com destaque para a falta de segurança, o desaparecimento de pessoas, a dificuldade na evacuações de doentes, o desemprego agravado com a seca e a necessidade da regionalização de Cabo Verde.