Criadores de gado satisfeitos com a garantia do pasto mas querem animais no estábulo

Em declarações à Inforpress, António Carlos de Pina, homem que se dedica a várias actividades económicas na ilha, dentre elas a agricultura e a criação de gado, disse que este ano “há muito pasto”, mas alertou para a necessidade de se proceder à recolha do mesmo e guardá-lo para que nos próximos anos, caso não chover, os animais possam ter pasto garantido.

Lembrou que nos últimos anos os criadores venderam vários animais, mas este ano, destacou que se for para vender é um número consideravelmente baixo, porque já há garantia de pasto, e o motivo da venda certamente não será o mau ano agrícola, justificando que já há dois ou três anos que não tinham presenciados tamanha quantidade de pasto.

Entretanto, alerta aos outros criadores que praticam o pastoreio livre no sentido de não amarrarem os animais dentro das propriedades ou deixá-los à solta, mas para mantê-los fechados, recolher o pasto e levar até o local onde os animais se encontram, para assim também poderem garantir pasto para armazenar.

Quanto ao ano agrícola, António Carlos Pina indicou que muitas pessoas não fizeram a sementeira porque desanimaram com os consecutivos anos de seca, além do preço de venda das sementeiras que se encontrava elevado, fazendo com que muitos dos terrenos ficassem abandonados, o que também vai aumentar a quantidade de pasto disponível.

Mas, diz acreditar que no próximo ano, estas pessoas vão se encorajar e semear de novo.

No seu caso, anunciou que já começou a colher e até a fazer venda de milho verde, esperançoso de que lá mais adiante vai colher muito mais, quantidade que espera ser mais do que suficiente para o consumo próprio, cujo excedente pretende amealhar para a sementeira do próximo ano e vender também.

Aos pastores pede-lhes para não venderem os seus animais e que batalham para ter mais cabeças de gado, continuando a bater na tecla do guardar do pasto.

Eduardo Rosa, um outro pastor da ilha, corrobora a mesma opinião do seu colega, reforçando que o momento para a classe é de “muita alegria”, porque há anos que não presenciavam uma grande quantidade de pasto desta forma.

Do mesmo modo, pediu aos outros colegas que foquem na recolha e guarda de pasto, de forma a garantir a sustentabilidade dos animais nos outros anos, caso não venham a ser “abençoados” com a chuva e pasto como este ano.

“Vamos manter os animais no estábulo, de forma a não lhes permitir danificar o pasto durante o pastoreio livre, porque esta prática não nos vai abonar e nem ajudar em nada”, disse o pastor.

Na questão da recolha do pasto, informou que estão a enfrentar algumas dificuldades na ilha, tendo em conta que não estão a encontrar mão-de-obra disponível para apoiar a classe, sendo necessário muitas vezes “engodar” principalmente os jovens para trabalhar e ganharem o seu dinheiro.

Ambos os entrevistados foram firmes em afirmar que o ano agrícola já se encontra garantido, pese embora alguma praga da lagarta-de-cartucho, mas que pelo menos o pasto agora só depende do trabalho da classe.

Quanto ao pasto, a associação Biflores tem realizado algumas actividades de sensibilização no seio dos pastores e criadores de gado no sentido de incentivá-los a fazer a selagem de forragem, como forma de manter os nutrientes no pasto dos animais e também garantir algum pasto para algum tempo. A Semana com Inforpress

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