Cabo Verde perde um tradicionalista que vincava suas criações artísticas na língua cabo-verdiana” – ministério da Cultura

Foi com enorme pesar que o Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas tomou conhecimento do passamento. A sua luta era conhecida e a força com que a encarava também. Cabo Verde está de luto, a comunidade artística está de luto. Perde-se um tradicionalista que vincava as suas criações na língua cabo-verdiana e um defensor das nossas tradições”, lê-se num comunicado do MCIC publicado nas redes sociais.

Ainda na mesma missiva, o MCIC disse que Nhonhô Hopffer Almada “deu muito por Cabo Verde” e que o País soube reconhecer com várias homenagens.

O Governo de Cabo Verde homenageou-o em 2020 com a Medalha de Mérito Cultural, em reconhecimento ao seu papel e o seu contributo à nossa cultura”, lembrou, para depois enviar à família enlutada “as mais sentidas condolências”.

Várias personalidades têm reagido nas redes sociais, entre elas o Presidente da República, José Maria Neves, que disse estar sem palavras.

“Faltam-me palavras. Nunca pensei que partisses tão cedo. Ficam-me gravadas na memória a tua grandeza de alma, a tua liberdade de espírito e o teu profundo amor a Cabo Verde”, escreveu o Chefe de Estado.

Nhonhô Hopffer será enterrado às 16 horas de hoje, primeiro de Janeiro, no cemitério de Nhagar, Assomada, no mesmo túmulo que seus pais.

Nhonhô Hopffer, nascido a 18 de Maio de 1956, é natural do concelho de Santa Catarina, tendo começado a vida musical por volta dos 15 anos de idade na cidade da Praia, onde prosseguiu os estudos secundários no Liceu Domingos Ramos, cantando em noites musicais, tocatinas, serenatas e noutros espaços marcados pelo convívio.

Em 2007 colocou no mercado o seu primeiro CD intitulado Nhara Santiago, uma homenagem à sua filha primogénita, com o mesmo nome. Em 2018, gravou “Santamaria”, em honra à sua caçula, Frederica Santa Maria.

Estava a trabalhar numa terceira obra discográfica “Subriviventi” onde contava a história do seu estado de saúde e queria dedicá-la ao seu amigo Antero Simas, também recentemente falecido.

Enquanto arquitecto elaborou emblemáticos projectos de arquitectura no País, tais como os Paços do Concelho de Santa Catarina de Santiago, a sede da Caixa Económica de Cabo Verde, o edifício Banco Comercial do Atlântico em Chã d’Areia e o edifício Pombal na Fazenda. A Semana com Inforpress

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