Cenorf destaca descentralização dos serviços de reabilitação como “grande projecto” para 2023

O presidente do Centro Nacional Ortopédico e de Reabilitação Funcional (Cenorf) disse hoje que a implementação do Cenorf-Móvel é um dos “grandes projectos” para 2023, visando descentralizar os serviços de reabilitação para todas as ilhas.

Alberto Afonso concretizou que com isso o Cenorf coloca todas as ilhas “em pé de igualdade”, disponibilizando tratamento em todo o arquipélago, auxiliando as “pessoas com menores condições”, o objectivo da instituição.

O projecto Cenorf-Móvel é constituído por um carro-oficina equipado com alguns dos instrumentos e ferramentas essenciais utilizados na ortopedia para a realização de avaliações, tiragem de medidas, pequenas retificações e reparações e adaptações de aparelhos ortopédicos feitos à medida.

Em entrevista à Inforpress, o presidente do Cenorf, que perspectivava os projectos do Centro para 2023, garantiu que a partir do mês de Fevereiro a implementação do Cenorf-Móvel vai chegar às demais ilhas, iniciando por Santo Antão e São Vicente e posteriormente pelas demais.

Para além disso, um outro projecto para este ano, segundo a mesma fonte, é a distribuição gratuita de cadeiras de rodas nas ilhas do Sotavento, mas que se inicia pela ilha de Boa Vista, fruto de uma parceria entre o Cenorf, o ministério de Saúde e a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.

Alberto Afonso acrescentou que este projecto tem “um período longo”, com “total financiamento” da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, que vai desde cadeira de rodas, bengalas, canadianas e andarilhos destinadas às pessoas com deficiências nestas ilhas, cuja previsão de entrega aponta para meados do mês de Maio.

“Toda a cadeira de roda tem que ser produzida de acordo com a solicitação dos pacientes, e, além disso, os técnicos das estruturas de Saúde de todas as ilhas têm que ser capacitados para poderem fazer as medidas e avaliações locais, de modo a facilitar os trabalhos,” explicou o presidente do Cenorf.

Esta instituição pretende ainda, em 2023, reforçar a capacidade formativa para os seus técnicos, trazer um clínico geral e um médico especialista na área para dar consultas aos amputados e às pessoas com deficiências nos pés.

Até o final do primeiro trimestre vai ser implementada ainda uma loja ortopédica, porque, segundo Alberto Afonso, deparam-se com uma “necessidade enorme” de ter essa loja, com um conjunto de aparelhos que as pessoas necessitam diariamente para a sua reabilitação, sobretudo as que sofreram AVC, entre outras patologias nesta área.

O presidente do Cenorf acentuou que o outro plano para este ano é socialização e criação de um grupo de apoio aos amputados, já que ao chegarem pela primeira vez ao centro enfrentam muitas dificuldades psicológicos em aceitar o tratamento ortopédico, ou seja, a colocação de prótese, por várias razões, daí a pertinência da criação deste grupo de apoio.

“Contudo, uma parte vai ser com as Forças Armadas, com base num protocolo já existente, e a outra parte é com o Hospital Universitário Agostinho Neto para que mensalmente possamos ter um ortopedista a dar consultas, para facilitar a vida dos pacientes”, afiançou.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias entregou no ano passado ao Centro Nacional Ortopédico e de Reabilitação Funcional (Cenorf) uma viatura adaptada e equipada para descentralizar os serviços de reabilitação no País, para além de duas Impressoras 3D para mudar o processo da produção das próteses e ortoses deste centro.

DG/AA

Categoria:Noticias