Trump teme "armadilha de perjúrio" na investigação a laços russos
Donald Trump admite estar preocupado com o desfecho de um eventual depoimento perante o procurador especial Robert Mueller, titular da investigação sobre a presumível ingerência russa na eleição presidencial de 2016. Em entrevista à Reuters, o Presidente dos Estados Unidos sustenta ainda que cabe à sua esfera de poderes gerir, “se quiser”, o inquérito.
Um face-a-face com Robert Mueller pode constituir, na perspetiva do círculo de Donald Trump, uma “armadilha de perjúrio”. O Presidente norte-americano ecoou esta posição durante uma entrevista exclusiva à agência Reuters, quando questionado sobre a possibilidade de vir a ser indiciado por falso testemunho.
Trump deu assim corpo a inquietações recentemente manifestadas pelo
número um da sua equipa de advogados, Rudy Giuliani. Foi o antigo mayor de Nova Iorque quem empregou a fórmula da “armadilha” para defender a blindagem da Presidência.
Concretamente, Donald Trump receia o que pode resultar de uma comparação
entre as suas declarações e outros testemunhos já recolhidos na
investigação. Desde logo o depoimento da James Comey, o ex-diretor do
FBI demitido pelo punho do 45.º Presidente.
“Se eu disser uma coisa e ele disser uma coisa, é a minha palavra contra
a dele e ele é o melhor amigo de Mueller. Por isso Mueller poderia
dizer: Bem, eu acredito em Comey. E mesmo que eu esteja a dizer a verdade, isso faz de mim um mentiroso. Isso não é bom”, anteviu Trump.
O Presidente norte-americano continua, ainda assim, sem esclarecer se
admite ou não sentar-se diante do procurador especial que está a
investigar se houve ou não conluio entre membros da campanha
presidencial republicana e agentes russos na eleição de há dois anos e,
ao mesmo tempo, se o sucessor de Barack Obama procurou obstruir a
justiça.