Juncker exorta a União Europeia a assumir papel de “ator global”
Postado
12/09/2018 09H08
Jean-Claude Juncker começou o discurso anual do Estado da União
com um aviso: "Em 1913, os europeus esperavam uma paz longa e
duradoura. No entanto, apenas um ano depois, uma guerra brutal irrompeu
entre irmãos", uma guerra que "apanhou de surpresa "um continente
solarengo, otimista e pacífico".
Numa referência ao início da Primeira Guerra Mundial, o presidente da
Comissão Europeia esclareceu que não pretendia “sugerir que estamos à
beira de uma catástrofe semelhante”, mas antes valorizar o contexto
atual.
“A União Europeia é uma guardiã da paz. Fiquemos felizes por vivermos
num continente de paz, num território que goza de paz, graças à União
Europeia”, sublinhou o líder do executivo comunitário.
“Vamos mostrar mais respeito pela União Europeia. Deixemos de arrastar o
seu nome pela lama. Vamos defender o nosso modo de vida, a nossa forma
de ser. Vamos abraçar um patriotismo que não está contra os outros,
vamos censurar o nacionalismo que ataca os outros e procura bodes
expiatórios em vez de procurar soluções que nos permitam coexistir da
melhor forma”, afirmou o presidente da Comissão Europeia.
O político luxemburguês fez o seu último discurso do Estado da União
enquanto presidente da Comissão mas deixou de lado qualquer balanço dos
últimos quatro anos à frente da Comissão. Juncker quis antes delinear os
principais desafios que se colocam no futuro. "Esta comissão é apenas
um capítulo, um breve momento na longa história da União Europeia", ou
“os políticos vão e vêm, a Europa fica” foram algumas das mensagens
repetidas ao longo de quase uma hora de discurso.
Juncker avisou Bruxelas que não pode tomar como garantidas as “alianças
internacionais do passado” e que a União Europeia deve tornar-se “num
ator global”, um poder soberano nos palcos mundiais, com uma diplomacia a
uma só voz que seja capaz de "influenciar a política mundial".
Assumindo-se como um “multilateralista convicto”, o presidente da
Comissão Europeia disse estar contra o “unilateralismo desrespeitoso”.
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