Cabo Verde vai mapear e contar comunidade emigrada até 2026

O projeto de proposta de resolução que aprova o início do processo de mapeamento da diáspora cabo-verdiana, para fins de produção de estatísticas oficiais, foi aprovado na terça-feira em reunião do Conselho de Ministros e apresentado pelo Governo.

“Cabo Verde é um país de forte emigração e conhecendo esta realidade o Governo assumiu no seu programa dar uma centralidade especial à diáspora. E essa centralidade é, acima de tudo, do ponto de vista económico, seja para a atração de investimento, seja para a atração das competências e qualificação da nossa diáspora”, anunciou, em conferência de imprensa, na Praia, a ministra da Presidência do Conselho de Ministros de Cabo Verde, Janine Lélis.

Este mapeamento vai ser conduzido pelo Instituto Nacional de Estatística de Cabo Verde com o apoio das autoridades estatísticas dos países onde a comunidade cabo-verdiana reside.

“Vai-se fazer esse mapeamento, que na verdade constituirá os dados estatísticos oficiais em relação à nossa diáspora. Dados que nós precisamos para poder conhecer melhor essa diáspora, saber onde é que ela se encontra, quais são os perfis dos membros que a compõem, para que, a partir desses dados, o Governo possa estar em condições de definir medidas de políticas públicas atendendo a reforçar ainda mais o processo de integração da nossa diáspora naquilo que é processo de desenvolvimento de Cabo Verde”, acrescentou a governante.

A população de Cabo Verde ronda os 500 mil habitantes, mas o Governo estimou recentemente que mais de um milhão e meio de cabo-verdianos vive na Europa e Estados Unidos da América (EUA), estando o sistema financeiro do arquipélago dependente das remessas desses emigrantes.

“Nós temos que considerar aquilo que é a contribuição que a diáspora representa para o próprio Produto Interno Bruto, ou seja, a nossa atividade económica nacional. Nós também temos que considerar aquilo que é o valor das remessas, que representam um grande valor para a nossa economia. E é neste contexto de valorização que se pensou fazer esse mapeamento, que vai acontecer até o final do ano de 2026”, disse ainda Janine Lélis.

O levantamento vai levar em conta todo o universo da emigração do arquipélago e vai arrancar, respetivamente, pelos países com as maiores comunidades cabo-verdianas, casos dos EUA, França, Guiné-Bissau, Luxemburgo, Portugal e São Tomé e Príncipe.

“O que nós queremos, na verdade, é conhecer melhor, conhecer esses perfis, conhecer com detalhe, para que as medidas de política também possam ser promovidas de acordo com esse perfil, para, de facto, agregar valor ainda maior àquilo que é a grande contribuição que a nossa diáspora faz no processo de desenvolvimento”, concluiu a ministra. A Semana com Lusa

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