Diplomacia cabo-verdiana prioriza "maior e melhor" integração na CEDEAO

Foi sublinhada a necessidade de uma maior e melhor integração na CEDEAO, procurando fazer valer as especificidades do país, de partilha recíproca de experiências, considerando a realidade diversa dos Estados-membros da comunidade”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde, o único arquipelágico daquela comunidade, ao encerrar, na Praia, a reunião anual da diplomacia cabo-verdiana.

“O documento das conclusões e recomendações, como podemos escutar, sintetiza um conjunto de temáticas que deverão merecer a nossa atenção no seguimento da CAPE [Conferência Anual de Política Externa] 2023, destacando, para o efeito, a importância de projetarmos Cabo Verde no mundo, a nossa realidade de SIDS [pequenos Estados insulares em desenvolvimento, na sigla em inglês], os dividendos da integração regional, o papel da diplomacia económica para o crescimento do país e, não menos importante, os desafios institucionais e humanos para que a nossa diplomacia possa estar à altura de um mundo cuja transformação segue a um ritmo acelerado e permanente”, avançou.

Ainda em relação à integração regional, as conclusões da CAPE 2023 apontam a necessidade de uma presença e atuação mais dinâmica no seio da União Africana, visando contribuir para a promoção dos valores da democracia, direitos humanos e da boa governação, para a construção de sociedades mais pacíficas e inclusivas, em linha com as aspirações da Agenda 2063.

No que tange à dívida externa, acrescentou Figueiredo Soares, a reunião assumiu que o alívio da dívida externa continuará a ser uma das principais prioridades da diplomacia cabo-verdiana.

Segundo informação do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a reunião também recomendou a prossecução de esforços coordenados no sentido da aceitação pelos credores do princípio da conversão da dívida em investimentos inovadores, designadamente climáticos e ambientais.

Quanto à projeção de Cabo Verde, o ministro declarou que a CAPE 2023 assumiu o desafio de tornar o arquipélago num país cada vez mais relevante no cenário internacional, capitalizando ativos como a paz, estabilidade, democracia, boa governação, segurança, índice de desenvolvimento humano inclusivo e localização geoestratégica, incluindo a dimensão atlântica.

Foi recomendado ainda um melhor aproveitamento da importância estratégica do capital de credibilidade de Cabo Verde e sua utilidade diplomática para a mobilização dos recursos necessários ao desenvolvimento do país.

Cabo Verde reafirmou o compromisso de acolher a reunião preparatória dos Estados Insulares do Atlântico, Índico e dos Mares do Sul da China (AIS), de consulta para a IV Cimeira dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

A diplomacia cabo-verdiana assumiu também nesta reunião, que decorreu desde segunda-feira, o empenho de trabalhar com todos os atores relevantes no sentido do reconhecimento das especificidades dos SIDS pela comunidade internacional, designadamente para efeito de acesso facilitado ao financiamento, conforme disse o ministro.

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