Suspeitas de tráfico humano na Praia : Os meninos de Achada Limpa Nina e Filú estão desaparecidos há nove meses
Segundo lembra a Inforpress, foi a 03 de Fevereiro que Clarisse Mendes (Nina) e Sandro Mendes (Filú), de 11 anos, saíram de casa, em Achada Limpa, onde se encontravam na companhia da avó, para comprarem açúcar na localidade de Água Funda, na Cidade da Praia, e ainda não regressaram.
Também por esclarecer está o desaparecimento, no dia 28 de Agosto de 2017, de Edine Jandira Robalo Lopes Soares, 19 anos, que deixou a casa em Achada Grande Frente (Praia) alegando que ia levar o bebé para o controlo no PMI (Programa Materno-Infantil), na Fazenda, Cidade da Praia. Mãe e filho nunca mais foram vistos.
Edvânea Gonçalves faz parte da lista negra das pessoas desaparecidas em Cabo Verde. Tinha dez anos quando saiu para fazer um mandado, a pedido da mãe, junto de uma vizinha a pouco mais de 100 metros da sua residência, e não voltou. A 13 Julho de 2018 a Polícia Judiciária cabo-verdiana (PJ) dava, segundo a mesma fonte, ao país a triste notícia que as ossadas encontradas em Janeiro, na localidade de Ponta Bicuda, Praia, pertenciam à criança de Eugénio Lima. Uma informação que suscitou, no entanto, muita dúvida por causa do estado em que se encontrou as ossadas - não aparentavam pertencer a alguém com 11 meses desaparecidas.
A 22 de Fevereiro deste ano, em declarações à imprensa, o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, deixou transparecer que aquelas crianças podiam estar prestes a serem libertadas, ao afirmar que quem as tem na sua posse sabia que estava “a ser caçado nessa altura”.
Conforme a Inforpress, já no dia 10 de Maio, o Procurador-Geral da República (PGR), Óscar Tavares, garantiu aos jornalistas que o processo sobre desaparecimento de pessoas em Cabo Verde tem avançado do ponto de vista da investigação e que há índicos de que as mesmas possam estar vivas.
Casal desaparecido e manifestação
Além das cinco pessoas referidas, um homem e uma mulher (um casal) de Santa Catarina de Santiago também desapareceram um pouco antes -entre final de 2016 e 2017. Aqui o caso é mais grave, porque, segundo a PJ, sequer as autoridades estavam a investigá-lo, por não terem recebido qualquer denuncia.
O desaparecimento misterioso de pessoas levou à realização de várias manifestações de rua, sobretudo na capital do país e altas entidades têm expressado inquietude em relação a esta problemática.
O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, exprimiu a sua inquietude em relação a estes casos, tendo afirmado que a situação “exige resposta por parte das autoridades” e que, caso fosse necessário, o país devia solicitar apoio a nível exterior.
O Cardeal Dom Arlindo Furtado também considerou, refere a Inforpress, que a situação é “muito preocupante, grave e chocante” e, segundo ele, há “qualquer coisa que está a acontecer que não dá para entender”.