Cozinheiro preocupado com escassez de produtos no mercado e valorização da profissão

Cozinheiro de profissão há 20 anos, José Olívio Fernandes afirmou hoje à Inforpress que a escassez de produtos no mercado e a valorização da profissão são as principais preocupações da classe, no dia que se assinala o Dia Mundial dos Cozinheiros.

“As principais dificuldades para trabalhar na área da cozinha em Cabo Verde são a escassez de determinados produtos no mercado para confeccionar os pratos. Além disso, a valorização desta profissão também, porque quando valorizamos os profissionais desta área, estamos a apostar no desenvolvimento gastronómico a nível nacional. Por isso, esta área deve ser melhorada”, afiançou.


O também coordenador da área técnica de formação em Cozinha na Escola de Hotelaria de Turismo de Cabo Verde considerou a área de cozinha um sector “sensível”, que deveria merecer mais atenção das autoridades.


Na sua opinião, confeccionar uma comida tem muita responsabilidade, daí que o cozinheiro, um especialista em preparação de alimentos, deveria ser “bem remunerado”, o que muito contribuiria, disse, para incentivar as pessoas a trabalharem com mais responsabilidade.


“O vencimento nesta área é sempre baixo, e o horário é muito longo. E tem havido muitas reclamações sobre isso, mas ainda nada foi melhorado”, lamentou, precisando que a maioria dos jovens que labutam nesta área ganha entre 15 e 20 mil escudos.


À Inforpress confessou que a escolha desta área não foi apenas uma opção de vida, mas também uma oportunidade que encontrou no curso de hotelaria e turismo, por isso especializou-se em cozinha e pastelaria. A partir disso, assegurou que passou a gostar da cozinha, que acabou por abraçar como profissão.


José Olívio Fernandes disse que ser cozinheiro proporciona várias aventuras, tanto a nível nacional como internacional. Por isso, afirmou que se sente realizado por ter escolhido a cozinha como profissão e que pretende aprofundar os seus conhecimentos para “chegar mais longe”.


Diz confeccionar todos os pratos e que não há um específico, definindo-se como um cozinheiro criativo, inovador e que gosta de desafios.


Questionado pela Inforpress como é o dia-a-dia de um cozinheiro nesta escola, José Olívio Fernandes respondeu que é “desafiante”, porque “temos que estar atentos a tudo”, desde a compra e conservação das mercadorias a confecção de comida”, uma responsabilidade que, disse, exige “muita atenção” em todo o processo de produção.


Detentor de qualidades pessoais como sensibilidade olfativa e táctil, bom gosto e memória gustativa, José Olívio Fernandes aconselha aos jovens cabo-verdianos com fracos recursos financeiros para ingressarem nas universidades a apostarem na formação oferecida pela Escola de Hotelaria e Turismo, que, segundo afirma, tem muita procura no mercado de trabalho, tanto a nível nacional como internacional.


“É um mercado que precisa de mão-de-obra e de pessoas capacitadas, porque há muita procura por parte dos hotéis e restaurantes e pequenos espaços. É um curso excelente, que tem um mercado sempre, tanto aqui em Cabo Verde como na diáspora. E aconselho aos jovens a escolher este curso, porque é uma área que não tem fronteiras”, precisou.


“Esta área tem maior taxa de empregabilidade no emprego jovem em Cabo Verde, sobretudo para aqueles que não conseguem ir para as universidades”, afirmou o cozinheiro, explicando que o curso de cozinha é estruturado de acordo com a realidade do mercado, com módulos técnicos, carga horária e conteúdos suficientes para corresponder às expectativas do mercado.


A mesma fonte disse igualmente que esta escola acolhe jovens de todas ilhas, considerando o curso é muito fácil e prático, com a duração entre sete e dez meses.


“Os nossos formandos adaptam-se facilmente em qualquer parte do mundo, por causa da carga horária e conteúdos que são iguais às das outras escolas”, concretizou.



Inforpress


Categoria:Noticias