Desaparecimento de Jamal Khashoggi. Aumenta a pressão sobre a Arábia Saudita
Aumenta a pressão diplomática sobre a Arábia Saudita depois das notícias
divulgadas nos Estados Unidos, que referem indícios de o jornalista ter
sido morto e desmembrado dentro do edifício. O presidente
norte-americano e os seus aliados exigem agora que a Arábia Saudita “dê
respostas credíveis” quanto ao desaparecimento do jornalista saudita. É
também reportado que o príncipe saudita, Mohammed bin Salman, está
envolvido no plano para a abdução e assassinato do jornalista.
Estas notícias chegam pouco depois de fontes oficiais turcas terem
divulgado um vídeo com as identidades dos agentes sauditas que
assassinaram o jornalista, tal como foi noticiado pela RTP.
“Estamos a exigir tudo. Nós queremos saber o que está a acontecer”,
disse Trump aos jornalistas presentes na Casa Branca. “É uma situação
muito séria para nós e para a Casa Branca”. O presidente norte-americano
revelou também que os Estados Unidos estão a trabalhar em conjunto com a
Turquia para desvendar o desaparecimento de Jamal Khashoggi. “Eu quero
ver o que acontece e nós estamos a trabalhar muito com a Turquia e acho
que vamos descobrir tudo”, disse o presidente norte-americano.
Khashoggi desapareceu a 2 de outubro e foi visto pela última vez a
entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul para ir buscar um
documento para poder casar. O jornalista deixou a Arábia Saudita em 2017
e emigrou para os EUA por ter medo das possíveis consequências do seu
discurso crítico a várias políticas sauditas e à família real saudita.
De acordo com fontes de inteligência norte-americanas, citadas pelo The Washington Post,
que conseguiram intercetar algumas comunicações de oficiais sauditas
discutindo o plano, o sucessor direto do rei da Arábia Saudita autorizou
uma operação que visava atrair o jornalista de volta ao país,
oferendo-lhe um cargo importante no governo e proteção diplomática -
condições que Khashoggi rejeitou por não acreditar na promessa do
governo de que não iria castigá-lo pelos artigos que escrevia.
Descartado o plano inicial, as mesmas fontes de inteligência acreditam
que aquilo que se passou a 2 de outubro fez parte de uma solução
alternativa para garantir que o jornalista voltasse à Arábia Saudita. O
que ainda não está claro é se a intenção, neste segundo plano, era matar
o jornalista ou se a sua morte foi uma consequência inesperada de um
plano de abdução que correu mal.