Bolsonaro segue passos de Trump e quer embaixada em Jerusalém
O Presidente eleito do Brasil prepara-se para reconhecer Jerusalém como a capital de facto do Estado de Israel, ao transferir para esta cidade, a exemplo do Presidente norte-americano, Donald Trump, a embaixada brasileira. Uma intenção de imediato aplaudida pelo primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.
Recorde-se que o Brasil reconheceu em 2010, pela mão do então Presidente
Lula da Silva o Estado palestiniano – com as fronteiras do início de
junho de 1967, ou seja, anteriores à Guerra dos Seis Dias, que opôs
países árabes e Israel.
Embora ganhe assim corpo o cenário de distanciamento do próximo Governo
brasileiro face à Autoridade Palestiniana, Bolsonaro, que assumirá a
Presidência a 1 de janeiro, procurou fazer passar a ideia de estará
empenhado em “resolver problemas” na arena internacional, ao invés de
“gerar” situações que “compliquem as negociações com o mundo inteiro”. Além dos Estados Unidos, também o Paraguai e a Guatemala anunciaram a
transferência das embaixadas para Jerusalém. Contudo, a diplomacia
paraguaia acabou por recuar nesta decisão, mantendo a representação
diplomática em Telavive.
A mudança da embaixada norte-americana foi decretada em dezembro do ano passado por Donald Trump.
O primeiro-ministro israelita reagiu entretanto às declarações do Presidente eleito do Brasil, descrevendo a sua intenção como “um passo histórico, correto e emocionante”.
“Felicito o meu amigo, o Presidente brasileiro eleito, Jair Bolsonaro,
pela sua intenção de transferir a embaixada para Jerusalém”, afirmou
Benjamin Netanyahu, numa mensagem reproduzida por um porta-voz.
Bolsonaro já defendera, em entrevista ao jornal conservador Israel Hayom - a publicar na íntegra esta sexta-feira -, que o Estado hebraico teria “o direito soberano a decidir qual é a sua capital”.