Situação de drama em Santo Antão: Líder comunitário exorta autoridades a socorrerem famílias em Pascoal Alves que “estão a passar fome”


A situação naquele povoado é já, à semelhança de outros zonas rurais da ilha, considerada dramática por quem a tem visitado. «Enquanto estes ’coitados’ não têm nada para comer, governantes e presidentes de Câmaras, particularmente os de Santo Antão, continuam a gastar balúrdio de dinheiro público em visitas, passeatas e festivais», desabafou um observador no local.

Diante de tudo isto, Manuel Gomes contactou a Inforpress para informar que a maioria das famílias que ainda vive em Pascoal Alves “está a passar fome”, porque “não tem qualquer meio de sobrevivência”, lembrando que desde o mês de Julho “não foi criado nessa zona um único posto de trabalho”.

Conforme a mesma fonte, o fenómeno está a provocar êxodo - movimento de pessoas do campo para outros centros urbanos e agrícolas da ilha. Precisa que a seca, que assola praticamente todo o Planalto Norte do Porto Novo, levou já ao “desaparecimento de quase todo o gado” em Pascoal Alves e tem obrigado as famílias a deixarem as suas casas em direcção a outros sítios.

Das 15 famílias que viviam nessa zona, sete deixaram a zona nos últimos meses em direcção a outros sítios para fugir da seca, que se agravou, este ano, no concelho do Porto Novo, onde mais de 500 famílias estão em situação de vulnerabilidade grave - sem trabalho e outros meios de rendimento para o seu sustento.

Apela às autoridades locais e centrais

O dirigente comunitário pediu, conforme a Inforpress, à Câmara Municipal do Porto Novo para, “o mais depressa possível”, abrir “pelo menos dez postos de trabalho” em Pascoal Aves, para socorrer as famílias que ainda teimam em viver nessa localidade.

Em todos os povoados do Planalto Norte, os moradores têm reclamado a reabertura do emprego público para poder conseguir algum rendimento, numa altura em que esse planalto está a passar por uma situação de seca que “há muito anos não se via”, alertam.

O próprio delegado municipal do Planalto Norte, Manuel Lima, admitiu à Inforpress que “a situação está mesmo difícil”, nessa parcela do território municipal, onde a seca ameaça cerca de 600 pessoas.

O presidente da associação comunitária do Planalto Norte, António Sabino, insiste na “necessidade urgente” de o Governo e o município do Porto Novo acudirem as famílias desse planalto, que vivem, praticamente, da pecuária.

Para os críticos, oxalá que o governo de Ulisses Correia e Silva - cujo programa para a mitigação dos efeitos da seca está a ser considerado de nulo impacto no campo - venha accionar o Fundo de Emergência recentemente criado para socorrer as famílias que estão a passar por uma situação dramática no meio rural, principalmente nas ilhas que beneficiaram de pouca chuva este ano.


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