Combates no oeste do Iémen ameaçam a vida de 59 crianças hospitalizadas

O Fundo das Nações Unidas para a Infância indica num comunicado que "os combates intensos na cidade portuária de Hodeida se aproximaram perigosamente do hospital Al-Thawra, o que coloca em risco 59 crianças, 25 das quais se encontram nos cuidados intensivos".

Combatentes pró-governamentais e rebeldes voltaram a enfrentar-se hoje à volta de Hodeida, na costa oeste do Iémen, onde centenas de milhares de civis podem ficar encurralados pela escalada da violência.

Cinco dias de confrontos entre as forças lealistas, apoiadas por uma coligação internacional sob comando saudita, e os rebeldes Huthis, apoiados pelo Irão, causaram pelo menos 150 mortos, incluindo 49 insurgentes.

A coligação internacional assegurou que não pretende lançar uma ofensiva total contra a cidade portuária, adiantando que as operações em curso visam "alargar os perímetros de segurança em certas zonas", mas responsáveis das forças pró-governamentais iemenitas falaram de tentativas de cercar a cidade e cortar as vias de abastecimento dos Huthis.

Evocando "a intensificação dos combates em Hodeida", a organização Médicos Sem Fronteiras expressou hoje preocupação com as consequências para "os doentes e pessoal do hospital Al-Salakhana e para os milhares de habitantes que continuam na cidade".


A crise humanitária tem vindo a agravar-se no Iémen, onde 14 milhões de pessoas correm risco de fome segundo a ONU, que está a tentar relançar as negociações de paz até final do mês.


Perto de três quartos da ajuda humanitária para o Iémen entra pelo porto de Hodeida.


A UNICEF indicou no domingo que o Iémen se tornou "um inferno na terra" para as crianças, atingidas pela fome, e exortou as partes em conflito a cessarem as hostilidades, depois do secretário-geral da ONU, António Guterres, ter apelado na sexta-feira ao fim da "violência" para evitar que o país caia num "precipício".


Segundo a UNICEF, entre as 400.000 crianças do país que sofrem de desnutrição severa, 40% são de Hodeida e das regiões vizinhas.


A guerra no Iémen já matou mais de 10.000 pessoas, a maioria civis, desde o seu início em 2014.


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