Cabo Verde quer melhorar logística agroalimentar para aumentar nutrição
"Nós entendemos que é fundamental separar a segurança alimentar e nutricional em termos de conceito com a produção agrícola, mas é claro que inclui a produção agrícola, daí se falar de sistemas agroalimentares, mas é fundamental que nós vejamos as coisas de forma separada e podermos integrar", afirmou Gilberto Silva, na Praia, à margem de um workshop sobre o programa dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês) da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
O ministro acrescentou que é necessário apostar "fortemente" no reforço da logística dos mercados, na educação e no reforço da resiliência do sistema de produção alimentar em Cabo Verde para uma "melhor nutrição".
"Toda a temática que temos vindo a falar tem que ver com a mobilização da água, com melhoria da irrigação e assim também o ordenamento agrícola, que tem que ver com a melhor distribuição das práticas agrícolas em função das condições agroecológicas do país e também numa agricultura mais inteligente, que aposta nas melhores soluções tecnológicas, nas melhores práticas", referiu.
Gilberto Silva apontou que a temática engloba também no melhor conhecimento e que implique necessariamente a partilha de conhecimentos não só entre os intervenientes, mas também a partilha de conhecimento, de informação entre os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, tendo em conta as especificidades do país.
"Necessitamos evidentemente de melhorar as condições para também uma melhor investigação, desenvolvimento e inovação tecnológica e todos esses aspetos estão incluídos no pacote das ações de cooperação que nós temos com a FAO nos próximos tempos", destacou.
O ministro da Agricultura e Ambiente considerou o workshop importante porque poderão alinhar tudo aquilo que o país tem estado a fazer para o reforço à transformação do sistema agroalimentar com o planeamento da FAO e com o que está a ser feito para nos demais países Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.
"Nós temos similitudes, podemos sim partilhar as várias soluções e é importante que possamos ver soluções globais nesse sentido, que facilita efetivamente ou a cooperação que nós temos com a FAO, mas, por outro lado, também levar em conta as especificidades de cada país e nós entendemos que o que está no plano e o que ainda podemos introduzir para enriquecer ajudará a fazer uma melhor cooperação nos próximos tempos com a FAO nesse sentido", sustentou.
Por sua vez, a representante da FAO em Cabo Verde, Ana Touza, disse na mesma ocasião, que todos os SIDS independentemente do nível de desenvolvimento partilham uma série de problemas e que o principal é a produção dos seus próprios alimentos e a variedade que fornecem para a população.
"A pequenez faz-se com que o terreno e a disponibilidade de terra para a agricultura sejam sempre limitados. Então, há uma vulnerabilidade na própria configuração do países e por isso há uma agenda comum. Neste caso, é um programa regional da FAO que tem a ver com o sistema alimentares e a sua priorização e definir um roteiro e aqui encontra-se pontos focais de todas essas áreas que têm a ver com o sistema agroalimentar de Cabo Verde para discutir justamente isto", explicou. A Semana com Lusa