Oposição alerta que governo condiciona pobreza para tirar dividendos políticos nesta fase de pré-campanha para eleições autárquicas de 2024
« Nos últimos tempos, o governo, através do ministro da Família, da Inclusão e do Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, vem utilizando recursos dos cabo-verdianos para deslocar-se a todos os municípios do país e expor a população mais vulnerável, alegando encontros de informação com os beneficiários das ’ajudas’ em forma de pensões e rendimento social de inclusão (RSI), esquecendo o Ministro que as prestações sociais são direitos e não ajuda e que os encontros envoltos em uma campanha mediática são de todo dispensáveis pois os mesmos ferem a dignidade humana e fragiliza as pessoas. E o mais grave é que toda esta encenação é paga por todos os cabo-verdianos através do orçamento do Estado», fundamenta a parlamentar da maior força da Esquerda Democrática moderna em Cabo Verde.
Segundo a mesma fonte, com esta conferência o PAICV pretende chamar a atenção e alertar a nação e os parceiros de desenvolvimento de Cabo Verde de que a política social que este governo de Ulisses Correia e Silva está a implementar, não combate a pobreza, não promove a qualidade de vida das pessoas e muito menos, o desenvolvimento social e económico que o país almeja e merece. « O Governo de Ulisses Correia e Silva está a implementar, sim, uma manobra de instrumentalização da pobreza para retirar dividendos políticos, sobretudo, no período eleitoral que se avizinha», denuncia
Promessas e expetativas frustradas
Carla Carvalho, que é também membro da Comissão Política Nacional do PAICV, fez questão de focar que a governação do MpD os cabo-verdianos aspiravam o acesso ao emprego digno e bem remunerado e consequente rendimento, como prometeram. Acrescenta que os cabo-verdianos aspiravam um país e um governo que lhes garantem condições básicas para uma vida com dignidade, com autoestima, alcançando os seus projetos.
Destaca que a governo de Ulisses Correia e Silva falhou nas suas promessas. «Não há emprego! Engavetaram o compromisso dos 45 mil postos de trabalho digno. Não há alternativas para as atividades geradoras de rendimento. Não há projetos estruturantes para os setores da agricultura, pecuária e pesca; o setor dos serviços está condicionado a um sistema financeiro restritivo, com altas taxas de juro; a insegurança campeia pelos bairros dos centros urbanos do país e os cabo-verdianos estão sitiados sem transportes para deslocarem entre as ilhas. E o governo? Está assobiando para o lado ou distraindo as famílias com distribuição de pequenas quantias, em dinheiro, num gesto de indignidade pública», fundamenta.
Para esta deputada, a política social do atual governo do MpD em relação às camadas mais vulneráveis e/ou em extrema pobreza, tem se mostrado pouco eficiente e põe em causa a dignidade e os direitos fundamentais dos cabo-verdianos. Salienta que além de o executivo transferir às famílias valores irrisórios e que não satisfazem as suas necessidades básicas, estes são expostos aos caprichos propagandistas do atual governo.