PAICV afirma que problemas estruturais da ilha persistem por incúria e falta de execução de políticas públicas

A denúncia foi feita pelo deputado nacional do PAICV (oposição) pelo círculo do Sal, Démis Almeida, em conferência de imprensa, para fazer o balanço da visita ao círculo do Sal e sobre o estado desta ilha.

“No essencial, o Governo está a falhar em todos os seus compromissos com a Ilha do Sal. Não passaram de palavras vãs as promessas de transformar a ilha do Sal num destino turístico de excelência, numa plataforma internacional de transportes, de distribuição de tráfico aéreo doméstico e internacional, fazendo do Sal o epicentro da ligação das ilhas e de Cabo Verde com o Mundo”, lembrou.

Salientando que a ilha do Sal continua a aguentar um “insuportável” custo de vida, o parlamentar disse que a precariedade laboral e os baixos salários reais, agravados pela crise da inflação e pela falta de medidas do Governo de mitigação deste aumento generalizado, têm contribuído para o aumento da extrema pobreza e para a insegurança alimentar e da “indignidade” habitacional nesta Ilha.

Quanto à promessa de erradicação dos bairros de chapa, papelão e de sacos na ilha, inicialmente prevista para 2020, Demis Almeida disse que, pelo contrário, “constata-se um alargamento exponencial destes bairros”.

O deputado Nacional vai mais longe na sua discrição, considerando que “a saúde continua em estado crítico, abaixo dos mínimos exigidos numa região sanitária, apesar da assinatura do contrato de empreitada de requalificação da estrada Espargos/Santa Maria, o facto é que todas as estradas nacionais do Sal continuam totalmente esburacadas”.

“No sector da educação e Ensino superior, deixamos de ter, desde há 3 anos, o ensino Universitário na Ilha. A ilha do maior aeroporto do país e de um dos maiores portos nacionais, desde há seis anos, vem enfrentando sérios problemas de transportes. No campo da água e da energia, até hoje não entrou em funcionamento a nova central elétrica do Sal, prometida para 2019”, analisou.

Démis Almeida concluiu, contestando os investimentos públicos destinados ao turismo, ao sector das pescas e à agricultura e à exploração de inertes, criticando também o não tratamento de resíduos sólidos, optando-se pela sua queima a céu aberto.

“Não se conhecem investimentos, nem do Governo, nem da Câmara Municipal do Sal conducentes à diversificação e qualificação do turismo e de qualificação do destino, a indústria é uma quase inexistência, por manifesto abandono deste setor”, criticou. A Semana com Inforpress

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