Cabo Verde diz que apoio do Banco Mundial a futuras pandemias chega em bom momento
“É claro que não poderia vir em melhor hora, por isso que desde o anúncio da disponibilização deste fundo, criou-se uma equipa multidisciplinar e multissetorial para submeter a proposta porque seria uma grande oportunidade para Cabo Verde e nós conseguimos”, afirmou Ângela Gomes, em conferência de imprensa, na cidade da Praia.
A porta-voz do Ministério da Saúde convocou a imprensa para dar mais detalhes sobre o financiamento recebido pelo Banco Mundial, no âmbito do fundo pandémico para aumentar a capacidade de resistência a futuras pandemias.
Nesta primeira ronda, o fundo pandémico recebeu 179 candidaturas de 133 países e selecionou 19 (11%) propostas, que beneficiarão 37 (28%) países de todas as regiões de atuação do Banco Mundial, entre eles Cabo Verde.
O Fundo já angariou 2 mil milhões de dólares em capital inicial de 25 contribuintes soberanos e filantrópicos, e Cabo Verde vai ser beneficiado com 3,7 milhões de dólares (3,3 milhões de euros), que vai ser disponibilizado de forma plurianual para ações entre 2024 e 2026.
A diretora disse que esta ajuda chega um mês após o país terminar a revisão pós-ação da pandemia da covid-19, numa altura em que está em revisão pós-ação sobre intervenções nas epidemias do Zika e está no processo de certificação [da eliminação] do paludismo.
Além disso, avançou que o país está a reforçar o sistema nacional de saúde e vigilância, uma vez que a revisão pós-ação detetou “várias fraquezas”, tendo a proposta de Cabo Verde realizada com base em três áreas prioritárias, que têm a ver com o sistema nacional de vigilância epidemiológica, o sistema nacional de laboratórios e o reforço de recursos humanos.
Ângela Gomes considerou ainda que a escolha de Cabo Verde para receber este financiamento é a prova que o país geriu bem a pandemia da covid-19, que desde março de 2020 registou 64.182 casos positivos acumulados, 63.700 casos recuperados, 414 óbitos e tem 12 casos ativos.
“Isso é a prova da credibilidade de Cabo Verde, é a prova também daquilo que foi o trabalho feito na compilação dos dados e informações, a proposta foi muito bem elaborada e, com certeza, isso reflete o trabalho feito, não só por causa da pandemia de covid-19, mas em outras respostas, nomeadamente o processo que estamos de certificação da eliminação do paludismo”, afirmou a também médica cabo-verdiana.
A mesma responsável avançou que o montante vai se utilizado para a realização de 50 atividades, entre as quais a certificação de laboratórios de acordo com normas internacionais, equipar o serviço de vigilância integrada e de respostas e formar profissionais de saúde.
O apoio, prosseguiu a diretora, incluiu ainda o reforço de recursos humanos, mas para competências técnicas específicas, sobretudo nas áreas de epidemiologia e entomologia médica.