Estado da Nação/ PAICV: Janira Hopffer Almada alerta que modelo de desenvolvimento de Cabo Verde dá sinais de esgotamento e conclui que « sima nu sta,
Estado da Nação/ PAICV: Janira Hopffer Almada alerta que modelo de desenvolvimento de Cabo Verde dá sinais de esgotamento e conclui que « sima nu sta, nu ka podi fika»
Referindo-se aos desafios a se vencer para o relançamento económico de Cabo Verde, a antiga líder do PAICV questionou: “Quando é que iremos trabalhar para reduzir a nossa vulnerabilidade aos choques económicos e climáticos, externos? Quando iremos fortalecer os mecanismos de crescimento complementares, como a produtividade, sobretudo no sector primário e no sector dos serviços? Quando iremos trabalhar para aumentar a resiliência do Turismo, e promover a conectividade entre as ilhas? Enfim, quando avançaremos com opções de política, para um crescimento sustentável?”
Estado social critico e necessidade de esperança para o povo
Janira Hopffer Almada fez questão de realçar que é que importante os Sujeitos Parlamentares tenham a consciência de que «o povo cabo-verdiano precisa de ESPERANÇA neste momento, como de pão para a boca».
- Ao descrever o quadro social no país, a parlamentar tambarina analisou vários sectores da vida nacional, com destaque para os seguintes:
- Os Jovens que, a cada dia, engrossam as fileiras dos inativos (que eram de 158 mil, em 2014, e passaram para 172 mil em 2019), estão desanimados, já não procuram emprego e engrossam as filas das Embaixadas atrás de um visto, precisam sentir que o seu País conta com eles, e, para isso, cria-lhes oportunidades, para não serem obrigados a uma emigração forçada.
- Os agricultores, que, desde sempre, sabem que, em Cabo Verde, a chuva, é incerta e escassa, têm necessidade de entender quando e como se vai mobilizar mais água, para que possam praticar mais agricultura, e consigam modernizar a sua atividade, gerar mais rendimentos, garantir o seu sustento, e ambicionar uma vida melhor para os seus filhos.
- Os pescadores, que tanto ouvem falar das virtualidades do nosso Mar – considerado nossa riqueza – precisam que essa riqueza também seja partilhada com eles, para que a sua vida prospere.
- As empresas, que tanto já ouviram falar de “bazucas financeiras”, de promessas de redução da carga fiscal, e de financiamento, com dinheiro que nunca mais acaba, não podem continuar a competir com o Governo, que recorre à divida interna, desabaladamente, e, todos os meses, a pensar como pagar as contas de luz e água - cada vez mais caras - e a se debater com os salários dos seus empregados, para não fecharem as portas dos seus estabelecimentos.
- As Famílias que, a cada dia, pagam mais, por produtos de primeira necessidade, e não vêm os seus salários aumentar – porque este governo, apesar de se basofear com o crescimento, antes da Pandemia, aumentou o salário, apenas 2,2%, para muito poucos, na Função Publica – já não sabem que matemática fazer, para pagar as contas no fim do mês!
- A insegurança alimentar – para não dizer fome, que passou a ser uma palavra tábua, para mascarar a realidade – aumenta a olhos vistos, seja no mundo rural, seja nos centros urbanos – e já atingiu 18,2%, ou seja, um quinto da população cabo-verdiana.
Na sua declaração política, Janira Hopffer Almada conclui que infelizmente é isto que está a acontecer fora desta Casa Parlamentar e é o que o Povo está a sentir! «Este é o triste estado, da nossa Nação, neste momento», realçou.