Pobreza global e extrema diminuíram no segundo trimestre em Cabo Verde
De acordo com estimativas da pobreza no primeiro trimestre, a global foi de 22,2%, enquanto a extrema foi de 11,5%.
Com base nos dados do INE divulgados em agosto de 2021, a população residente em Cabo Verde caiu para 483.628 habitantes em 2021, menos 1,6% face ao recenseamento realizado em 2010, que foi de 491.875 pessoas, passando a contabilizar mais homens do que mulheres.
Nas mesmas estimativas, baseadas nos dados recolhidos no IV Inquérito às Despesas e Receitas Familiares (IDRF), entre janeiro a março a pobreza global foi maior no meio rural (23%), contra 21,5% no meio urbano.
A pobreza extrema (pessoas que vivem com menos de 1,90 dólares por dia) foi igualmente maior no meio rural (12,2%), do que no urbano (11,5%).
A mesma fonte avançou que no segundo trimestre todos os dados da pobreza reduziram onde a global passou para 20% e a extrema para 9,4% sendo que de abril a junho a pobreza global é maior no meio urbano (20,8%), do que no meio rural que é de 19,2%.
No período em análise a pobreza extrema diminuiu em comparação com o primeiro trimestre, mas continua maior no meio rural (10,6%) do que no meio urbano (8,7%).
Em relação a estimativa por ilhas o INE concluiu que no segundo trimestre, o Maio foi a que teve a maior taxa de pobreza global (38,8%, quando era 25%), enquanto nos três meses anteriores foi a Boavista (47,3%, que diminuiu de abril a junho para 28,6ª%).
De acordo com as mesmas estimativas, Santo Antão é a ilha com menor taxa de pobreza, que diminuiu de 11% para 9,6%.
Relativamente à pobreza extrema no segundo trimestre foi maior na ilha de São Nicolau (14,8%), seguida do Fogo com 14,6%, enquanto nos três meses anteriores Boavista liderou com 27,9%, mas que teve uma grande diminuição para 6,3%.
Conforme os mesmos dados, São Vicente é a ilha com menor taxa de pobreza extrema (4,5%, era 13,7%), seguida de Santo Antão com 5%.
O IV Inquérito às Despesas e Receitas Familiares é uma operação estatística que tem por objetivo conhecer o nível e a estrutura das despesas de consumo e do rendimento, e teve uma amostra de 7.637 alojamentos familiares, em que a base é o censo de 2021.
O limiar na pobreza em Cabo Verde teve como base o IDRF de 2015, que fixou a pobreza global em 70.620 escudos (640 euros), o valor de despesas médias anuais por pessoas, enquanto a pobreza extrema fixa em 47.080 escudos (426 euros).
Segundo o INE o limiar da pobreza é um valor fixado como o mínimo aceitável. Quando o indicador de bem-estar (rendimento ou despesa) é inferior ao limiar fixado, um indivíduo é classificado como pobre.
De acordo com dados do Governo, Cabo Verde tem 115 mil pessoas na pobreza extrema, tendo o executivo assumido o objetivo de a erradicar até 2026, no âmbito da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e que está traduzido no novo Plano Estratégico de Desenvolvimento Sustentável 2022-2026 (PEDS II).
Cabo Verde aprovou uma Estratégia Nacional de Erradicação da Pobreza Extrema que segundo o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, assenta numa “abordagem integrada e na articulação de políticas”, nomeadamente de “rendimentos e de prestações sociais”, mas também de educação, cuidados de saúde, acesso à habitação, água, energia e saneamento, políticas de inclusão produtiva, de formação e empreendedorismo. A Semana com Lusa