Brava necessita de um corpo de Bombeiros totalmente equipado – presidente da câmara
O autarca falava à imprensa no final de um encontro entre os membros da plataforma de Proteção Civil Municipal e dos Bombeiros com o consultor do Programa de Ação Climática do LuxDev para a discussão do Plano de Resposta a Emergências e Recuperação de Desastres para o município da Brava.
Segundo o autarca, tendo em conta os dados recolhidos e partilhados, vai produzir um documento oficial que dentro do programa vai apontar medidas práticas a tomar.
E é neste sentido que realçou que o que ficou “bem definido”, é que a ilha precisa de uma estação de Bombeiros totalmente equipada e também mais formações para os agentes da Proteção Civil e instituições da ilha, assim como a implementação de um plano de educação para desastres e catástrofes naturais nas escolas e em toda a comunidade bravense.
Daí, evidenciou que é com alguma expectativa que espera que, no final, à Brava seja financiado o reforço de material e em termos de formação das capacidades de alerta e de resposta em relação aos membros da Proteção Civil e Bombeiros.
Questionado sobre as maiores preocupações em relação à ilha relacionadas com os aspectos de catástrofes e situações de riscos, relembrou que a Brava é uma ilha vulcânica com atividades sísmicas realçando que o maior alerta encontra-se ligado a tremores de terra e atividades vulcânicas.
Embora não tenham tido registos históricos de atividades vulcânicas na Brava, o certo é que há evidências claras de que a Brava é um vulcão ativo em atividade e tem demonstrado além de libertação de gases em alguns pontos, alguma atividade sísmica.
Daí, sustentou que o principal foco é que havendo uma atividade sísmica muito maior do que aquilo que tem vindo a acontecer, qual é a capacidade de resposta a todos os níveis, desde a coordenação, transportes, transferência de pessoas, sistema de saúde.
Neste sentido, reconhece que uma ilha tem de ter uma unidade de Bombeiros com pelo menos uma ambulância funcional e também equipamentos de combate ao incêndio, sendo necessário um caminhão autotanque, realçando que na ilha existe uma viatura ligeira para esta missão.
Igualmente, sublinhou que é preciso também ter a capacidade financeira para construir e equipar uma estação de Bombeiros com todos os materiais básicos necessários para estar em condições de dar respostas às várias situações até que apoios do Serviço da Proteção Civil cheguem, augurando que no final deste estudo e programa, a ilha acabe por ser beneficiada neste aspecto.
Quanto ao plano, considerou-o como sendo “muito importante pelo facto de estar enquadrado dentro de um programa maior, que está a identificar as vulnerabilidades climáticas, neste caso dos riscos de desastres naturais e da capacidade de resposta em termos humanos e tecnológicos que a ilha possui”.
E na ilha, reforçou que foram contactadas todas as instituições que fazem parte do conselho municipal da Proteção Civil e Bombeiros, onde juntamente com o consultor passou-se a “radiografia ideal” da situação em casos do sistema de alertas precoces e na necessidade da implementação de planos em resposta de alguma eventualidade.
O plano tem por objetivo “avaliar” as Necessidades de Tecnologia e Capacidade (TCNA) de instituições e serviços chaves em Cabo Verde para a operacionalização do Quadro Nacional de Serviços Climáticos e está a ser implementado em cinco municípios pilotos, nomeadamente, Brava, Mosteiros na ilha do Fogo, Boa Vista, Maio e a cidade da Praia.