PM de Cabo Verde espera que acordo com Portugal sobre dívida e clima se torne “contagiante

“É um bom exemplo que desejamos seja contagiante para outros parceiros”, referiu na cerimónia de abertura de uma reunião com 350 participantes de Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, sigla inglesa para Small Island Developing States), que decorre nas instalações da universidade de Cabo Verde (Uni-CV) até sexta-feira para preparar a IV Conferência Internacional da organização, em maio de 2024.

Iniciativas como esta, para terem impacto, precisam de ser assumidas pelos parceiros bilaterais e multilaterais em relação a todos os SIDS”, referiu.

Ao fazerem-no, os parceiros não estarão a fazer mais do que “cumprir os compromissos que de COP (Conferência da ONU sobre o Clima) em COP vêm sendo anunciados, mas pouco realizados”, disse.

São precisos mecanismos que criem círculos virtuosos: a transformação da dívida em financiamento climático é um deles”, destacou Ulisses Correia e Silva na sua intervenção.

Para o primeiro-ministro cabo-verdiano, as vantagens são diversas: reduz a dependência de combustíveis fósseis, valoriza economicamente recursos como o sol, vento e mar, reduz a fatura energética, desenvolve a ‘economia azul’ e reduz as emissões de carbono.

O governante apontou ainda a conversão de dívida em financiamento climático como o caminho para uma economia mais sustentável, com mais emprego qualificado.

Ulisses Correia e Silva e o seu homólogo português, António Costa, assinaram no dia 20 de agosto, em Lisboa, um acordo de criação pelas autoridades cabo-verdianas de um Fundo Climático Ambiental, em que Portugal assume o compromisso de participar com 12 milhões de euros.

O montante corresponde ao valor que seria entregue pelo Estado cabo-verdiano, como reembolso de capital, no âmbito do Contrato de Consolidação da Dívida de Cabo Verde a Portugal, celebrado em 01 de fevereiro de 2022.

No encontro dos SIDS que decorre na Praia até sexta-feira, os países integrantes querem formular uma posição comum sobre as suas prioridades que servirá de base ao documento final da sua IV Conferência Internacional, a organizar por Antígua e Barbuda, de 27 a 30 de maio de 2024.

Já na última semana, o Governo cabo-verdiano destacou estimativas oficiais: entre 1970 e 2020, os pequenos Estados insulares terão suportado cerca de 153 mil milhões de dólares em ações de recuperação face a catástrofes naturais e aos efeitos que são produzidos pelas alterações climáticas. A Semana com Lusa

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