Facebook continua a ceder dados a algumas empresas
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06/12/2018 06H49
O acesso preferencial terá sido concedido a plataformas como a
Netflix e a Airbnb, a aplicação de encontros Badoo e a Lyft, mostrou
Damian Collins. O deputado afirmou igualmente que o Facebook adotou uma
postura agressiva contra aplicações adversárias, negando-lhes todo o
acesso aos dados dos usuários.
Como exemplo, Collins apontou uma troca de documentos entre o Presidente
Executivo do Facebook, Mark Zuckerberg e o executivo de topo Justin
Osofsky, em 2013, que aprovaram o bloqueio do acesso aos dados de amigos
à Vine, propriedade do Twitter.
Noutra troca de e-mails com outras empresas de tecnologia, o
Facebook parece concordar em adicionar aplicações de terceiros a uma
"lista branca" daqueles com autorização de acesso aos dados dos amigos
dos usuários.
Facebook contesta
Ao todo são cerca de 250 páginas, algumas marcadas "altamente confidencial". O Facebook objetou contra a sua publicação.
Os documentos, publicados esta quarta-feira, foram obtidos pela empresa programadora de aplicações Six4Three, atualmente envolvida numa disputa legal com o Facebook e que conta apresentar os documentos para comprovar as suas queixas.
Através de um porta-voz, o Facebook rejeitou as suspeitas. "Os documentos que a Six4Three reuniu para o seu caso infundado são apenas parte da história e estão apresentados de uma forma que é muito enganadora sem contexto adicional", afirmou.
"Defendemos as alterações à plataforma feitas em 2015 para impedir uma
pessoa de partilhar os dados dos seus amigos com programadores",
acrescentou.
"Fica claro, nunca vendemos dados", rematou.
Acesso a gravações de chamadas
Na sua nota introdutória na apresentação dos documentos, Damian Collins sublinhou algumas das principais acusações.
O Facebook deixou algumas empresas manter o "acesso total" aos dados dos
amigos dos usuários mesmo depois de anunciar alterações à sua
plataforma em 2014/2015, para limitar os que os programadores podiam
ver.
"Não está claro que isto tenha sido consentido pelos usuários, nem de
que forma o Facebook decidiu que empresas integravam a lista branca",
escreveu o deputado.
Facebook sabia que uma atualização da sua aplicação Android que lhe
permitia coligir gravações de chamadas dos usuários e textos, seria
controversa.
"Para mitigar quaisquer más relações públicas, o Facebook planeou tornar
o mais difícil possível aos usuários saberem que esta era uma das suas
características", referiu Collins.
Há igualmente indícios de que a recusa do Facebook em partilhar dados com algumas aplicações as levou a falhar, diz ainda Collins.
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