Greve geral nos Correios: Serviços postais comprometidos nesta quadra festiva
Descartado que está qualquer entendimento entre as partes desavindas, é já iminente a paralisação dos serviços dos Correios a partir desta quinta-feira,20, prolongando-se até ao dia seguinte em todo Cabo Verde. A greve abarca os trabalhadores de todas as categorias profissionais e vai, por isso, afectar fortemente os serviços postais, que normalmente são, segundo alguns activistas sindicais, mais procurados pelos cidadãos nesta quadra festiva do Natal e fim do ano, sobretudo no envio de encomendas, dinheiro e postais de felicitações.
Em encontro com a imprensa, o Secretario Permanente do Sindicato de Transportes, Telecomunicações, Hotelaria e Turismo (SITTHUR), Carlos Lopes, explica que a administração dos CCV tem sido irredutível na sua posição.
“Nós tivemos uma assembleia com os trabalhadores ontem, aqui na Praia, fizemos o ponto da situação e tendo em conta que a administração da empresa mantém-se irredutível na sua posição, os trabalhadores decidiram, em definitivo, avançar para uma greve. O objectivo é protestar contra a medida da administração em reduzir em 40% o subsídio de Natal, um direito que os trabalhadores vêm usufruindo há mais de 20 anos. Outro objectivo é exigir que a empresa reponha de imediato e integralmente o valor desse subsídio, correspondente a um mês de retribuição salarial”, explica.
Correios esclarece
Reagindo às reivindicações referidas, o administrador Executivo dos Correios de Cabo Verde garantiu, hoje (19/12), que a greve de dois dias, que arranca esta quinta-feira, 20, não irá afectar o funcionamento da empresa e que a mesma terá adesão de um pequeno grupo de trabalhadores.
Em declarações à Inforpress, à saída da última ronda negocial, Cipriano Carvalho, disse que, “infelizmente”, as partes não chegaram a um consenso, porque “um pequeno grupo de trabalhadores que está à frente da greve mostrou-se irredutível, exigindo invariavelmente o valor de 100% do subsídio de Natal”.
Carvalho disse ainda que a greve “não irá ter um impacto” desejado pelos seus mentores, na medida em que, explicou, a administração dos CCV já tem a confirmação que as agências espalhadas por todo o país “não irão fazer greve”. O que significa, segundo afirmou, que a paralisação prevista não irá “pôr em causa minimamente o atendimento ao público”, a “maior preocupação da empresa”.
O Administrador fundamentou que a empresa não está em condições de dar 100% do subsídio de Natal. Por isso, disse, que os CCV deu 60%, à semelhança do ano anterior, “precisamente porque a situação da tesouraria, de momento, não permite e a empresa não pode endividar-se para pagar bónus ou incentivos”, conclui aquele administrador Executivo dos Correios de Cabo Verde.