PCA Hospital da Praia: “Não há recusa no atendimento por causa do não pagamento da taxa moderadora”
Júlio Andrade regia sobre os relatos de pacientes segundo os quais o hospital tem-lhes recusado o atendimento por não pagamento da taxa moderadora, caso de uma mulher que fez Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG) fora do hospital, e relatou a recusa do hospital em dar-lhe o atendimento até que pagasse uma quantia de 07 mil escudos.
“Nenhuma senhora com abordo incompleto foi recusada o atendimento. Seguramente que fazem o tratamento, fazem a curetagem. Portanto, isso está fora de questão. A nenhuma grávida nessas situações é-lhe recusada o atendimento”, justificou Júlio Andrade, realçando que, no entanto, a IVG está legislada e que a taxa para este serviço no hospital é 7.500 escudos.
Afirmou que em todas as enfermarias e no ambulatório do hospital há assistentes sociais que fazem a avaliação social dos pacientes para ver se devem pagar a taxa ou não.
O que acontece, prosseguiu, é que às vezes há quem tenha condições de pagar e que se recusa a pagar.
“Se não tem condições financeiras para pagar não paga. Isso é decisão que nós tomamos. Nós não damos isenção porque isso não é permitido por lei. Mas se não paga é atendido na mesma. Isso não corresponde à verdade porque qualquer atendimento na sessão de urgência e mesmo nos internamentos só se paga depois ”, afirmou.
Prova disso, segundo Júlio Andrade, é que no ano passado cerca de 7.500 utentes não pagaram a taxa moderadora, porque avaliação social confirmou que não tinham recursos.
“Estamos a falar de um hospital que atende na urgência 110 mil doentes por ano, dá 45 mil consultas e faz meio milhão de exames complementares laboratoriais. É normal que haja reclamação de algumas pessoas que não querem pagar “, referiu, acrescentando que o hospital também faz 04 mil partos por ano, 1.500 cesarianas e 7.500 cirurgias.
Para além disso, Júlio Andrade acrescentou que o orçamento anual do hospital é de 530 mil contos , financiados em 40 por cento (%) pelo do Orçamento Geral do Estado, 30% pelo INPS e os restantes 30% pelas taxas moderadoras e outras cobranças do hospital.
Justificou que a unidade hospitalar tem quase 400 trabalhadores, que recebem por via dos recursos cobrados pelo hospital, pelo que não pode deixar de ter alguma exigência no pagamento das taxas moderadoras, caso contrário coloca em causa a sua própria sustentabilidade. A Semana/Inforpress