Moradores de Lombo Branco dizem-se abandonados à própria sorte

Falta de iluminação pública, péssimas condições da estrada de acesso à comunidade, caminhos vicinais degradados, má qualidade de água são algumas das preocupações que afligiam os moradores de Lombo Branco.

A via de acesso à comunidade de Lombo Branco, conforme os moradores, foi construída nos idos do tempo colonial. São aproximadamente três quilómetros, por uma estrada de má qualidade, com o piso esburacado em toda a sua extensão e sempre a subir.

Lombo Branco tem ganhado alguma notoriedade na área do turismo com a construção de alguns empreendimentos, e com isso os moradores salientaram que estavam “crentes” que os problemas elencados seriam resolvidos, entretendo, segundo os mesmos, tudo continua igual.

António Louro, morador da comunidade, disse que a iluminação pública em Lombo Branco é praticamente inexistente, ou seja, apenas 20 por cento (%) dos postos dispersos acendem.

“Moro na zona de Lourença, que é a mais alta de Lombo Branco, há mais três anos, temos reclamado da falta de iluminação pública junto à empresa responsável, mas nunca fizeram nada. Sempre nos dizem que não têm dinheiro para comprar as lâmpadas. Vivemos num breu permanente”, desabafou.

Outra situação elencada pela mesma fonte é a situação dos caminhos vicinais de Lombo Branco, pois, segundo António Louro, vários turistas têm transitado pelos mesmos e estão muito degradados.

Ano após ano, prosseguiu a mesma fonte dizendo que fazem várias reclamações, e na época das eleições ouvem várias promessas de que o problema dos caminhos vicinais será resolvido, mas não passam de promessas.

“Os caminhos vicinais, todos os anos fazem a limpeza dos mesmos onde retiram as mondas, mas não tem uma reparação de fundo. Fomos esquecidos, a nossa comunidade poderia estar desenvolvida, mas fomos esquecidos e abandonados à nossa sorte”, sublinhou.

Outro morador de Lombo Branco, Miguel Santos, acentuou que estão a viver uma situação de “caus”, sem iluminação pública e que sempre que procuram a empresa responsável, esta “nunca” apresenta uma solução perante a situação que estão a viver.

Segundo a mesma fonte, por ser uma comunidade dispersa é muito complicado transitar na comunidade à noite devido à falta de luz na via pública.

“Se estamos a pagar a taxa de iluminação pública, porque é que não estamos a disfrutar da mesma, porque é que estamos nesta situação há vários anos, já reclamamos e nunca revolveram?”, questionou.

Quanto aos caminhos vicinais, Miguel Santos frisou que existe uma rota de turismo que liga a costa leste, Lombo Branco – Pinhão, Pinhão – Chã das Furnas e os mesmos estão intransitáveis.

Conforme a mesma fonte, já contactaram a edilidade, mas alegaram que neste momento “não há verbas” para a manutenção desses caminhos, entretendo ficou a garantia que futuramente iriam proceder com a manutenção destas vias.

Em todos os concelhos de Santo Antão, as populações e os autarcas têm estado a se queixar da situação da iluminação pública na ilha, onde já houve vários protestos contra essa realidade.

No mês de Junho deste ano, o Governo e a Empresa de Electricidade e Água (Electra) anunciaram que estavam a preparar um projecto que iria permitir melhorar a iluminação pública a nível do país, com a introdução de lâmpadas led em todos os municípios.

O anúncio foi feito em Santo Antão, pelo presidente do conselho de administração da Electra, Luís Teixeira, que adiantou que o projecto iria permitir, além de melhorar a iluminação pública em Cabo Verde, também a poupança de energia até 60 por cento (%).

“Queremos fazer isso a nível de todo o país, ou seja, mudar todos os candeeiros com colocação de lâmpadas led”, notou Luís Teixeira.

Já houve intervenções na cidade da Praia e na ilha do Sal e a intenção, segundo este responsável, na altura, era alargar as intervenções a nível nacional.

A Semana com Inforpress

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