Kim Jong-un quer que cimeira com Trump dê resultados que permitam desnuclearização

O comentário foi citado na imprensa estatal chinesa, um dia depois de Kim regressar a Pyongyang no seu comboio blindado e composto por mais de vinte carruagens, após uma visita oficial a Pequim.

Tratou-se da quarta visita de Kim à China, no espaço de dez meses, num esforço para acertar estratégias com o único grande aliado do regime norte-coreano, antes de uma segunda cimeira com Trump.

A visita ocorreu depois de representantes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte se reunirem no Vietname para acertarem o local para uma segunda cimeira com Trump.

A Coreia do Norte "vai-se esforçar para que a segunda cimeira, entre os líderes (norte-coreanos) e norte-americanos alcance resultados que sejam bem recebidos pela comunidade internacional", afirmou Kim, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.

Todos os lados devem "trabalhar, em conjunto, para chegar a uma resolução abrangente na questão da península coreana" e a Coreia do Norte "continuará disposta à desnuclearização e a resolver a questão da península coreana através do diálogo e da consulta", acrescentou.

Kim disse ainda que Pyongyang quer que as suas "preocupações legítimas" sejam devidamente respeitadas, numa referência ao desejo do regime por garantias de segurança e um possível tratado de paz, que ponha formalmente fim à Guerra da Coreia (1950-1953).

Tecnicamente, aquele conflito ainda não acabou, pois não foi assinado nenhum tratado de paz, apenas um armistício.

Kim enalteceu ainda o papel de Xi Jinping na redução das tensões regionais, notando que a "tensão na península coreana diminuiu, desde o ano passado, e que o importante papel da China neste processo é óbvio para todos".

A China é o maior aliado diplomático e o principal parceiro comercial da Coreia do Norte.

Xi Jinping afirmou que a China apoia a cimeira entre os EUA e a Coreia do Norte e que espera que os dois países "encontrem um meio termo".

A agência noticiosa oficial norte-coreana afirmou que Xi aceitou um convite para visitar a Coreia do Norte, mas sem avançar mais detalhes.

Desde que ascendeu ao poder, em 2012, Xi nunca visitou a Coreia do Norte, tornando-se o primeiro Presidente chinês a visitar Seul antes de ir ao país vizinho.


Donald Trump e Kim Jong-un reuniram-se, em Singapura, no ano passado, num encontro histórico que ocorreu depois de, em 2017, as tensões terem atingido níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53), na sequência dos sucessivos testes nucleares de Pyongyang e à retórica beligerante de Washington.


No entanto, desde então houve pouco progresso real no desarmamento nuclear.


Analistas consideram que a visita de Kim faz também parte de um esforço para obter o apoio da China, que permita reduzir as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, na sequência de vários testes atómicos e com misseis balísticos, e que isolaram ainda mais a débil economia do país.


No seu discurso de Ano Novo, Kim expressou frustração pela falta de progresso nas negociações com Washington, afirmando que sem uma redução das sanções e garantias de segurança, Pyongyang poderá ter que encontrar "um novo caminho".


A agência de notícias sul-coreana Yonhap escreveu que Kim visitou uma zona de desenvolvimento tecnológico, nos arredores de Pequim, na quarta-feira, e que passou cerca de 30 minutos numa fábrica do famoso fabricante de medicamentos chineses Tong Ren Tang.


A Yonhap revelou que Kim reuniu com Xi durante uma hora, na terça-feira, e participou depois num banquete no Grande Palácio do Povo, junto à praça Tiananmen, oferecido por Xi e a sua esposa, Peng Liyuan.


Terça-feira, o primeiro dia da visita de Kim, coincidiu também com o seu aniversário, mas não houve notícias de comemorações oficiais.


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