Cerca de metade dos 1.567 presos em Cabo Verde são condenados por roubo
Estes dados foram apresentados pela diretora de Estatísticas do INE, Naomi Ramos, na cidade da Praia, num workshop organizado pelo Ministério da Justiça e Trabalho e onde foi abordado o Plano Nacional de Reinserção Social.
A responsável avançou que a maioria das cadeias cabo-verdianas estão sobrelotadas, à exceção da do Sal, que tem uma taxa de ocupação de 50%. "A cadeia da Praia tem uma capacidade para 602 presos e no momento do censo estava com 1.112 presos, que é quase o dobro da capacidade. O Sal tem uma capacidade para 250 pessoas e tinha na altura 165 presos. A Cadeia Central de São Vicente tem uma capacidade para 200 presos e na altura tinha 250 presos", anuncia.
De acordo com os dados do primeiro censo prisional, 43% dos presos em Cabo Verde foram condenados por roubos e 28% por homicídios. O censo aponta ainda que a esmagadora maioria dos presos são homens e que apenas 46 são mulheres, sendo a maioria, por crimes de tráfico de droga.
Relativamente à faixa etária, este estudo mostra que a maior parte dos reclusos masculinos têm idade comprrendida entre os 25 e 29 anos e que as mulheres presas se situam entre 30 e 49 anos. “Dos presos, 92,8% são cabo-verdianos, 4,5% tem dupla nacionalidade e 2,4% são estrangeiros. 786 vivem em união de facto, 700 são solteiros, 66 são casados e 15 são divorciados, de acordo com os mesmos dados”
A mesma fonte sublinha que uma percentagem significativa de presos começou a cometer crimes entre os 15 e 21 anos, “e mesmo que não tenham sido presos numa cadeia, estiveram detidos numa esquadra policial do País.
Recorde-se, que os dados foram recolhidos em Março do ano passado e o censo tinha por objetivo fazer o levantamento do perfil sociodemográfico dos presos em todas as Cadeias do país, nomeadamente a de São Martinho, na Cidade da Praia, a de Ribeirinha em São Vicente e as Cadeias Regionais do Fogo, Santo Antão e do Sal.
"O objetivo é fazer o levantamento desses indicadores que vão permitam ver qual a motivação para esses crimes cometidos por esses infratores e dar ao país indicadores, no sentido de traçar melhores políticas, quer na área de segurança, quer na questão de ressocialização dos presos quando saírem das cadeias", conclui Naomi Ramos.