São Vicente: Tribunal decreta 12 anos de cadeia para ex-subgerente da Caixa Económica
O juiz Manuel Andrade, que proferiu à sentença, fez um resumo do processo ao longo de 58 minutos, considerou ter ficado provado um crime de burla informática, a que condenou o arguido a uma pena de cinco anos e seis meses de prisão, e um outro de abuso de confiança agravado, que também ficou com a mesma moldura penal.
No rol dos crimes que Heriberto Rodrigues estava a ser julgado, o juiz também afirmou, segundo refere a Inforpress, ter ficado provado ainda mais um crime de falsificação de documentos continuado a que atribuiu uma pena de três anos e 10 meses.
Ficou absolvido ainda do crime de lavagem de capitais, de que vinha acusado, por o juiz considerar não ter ficado provado, já que é um “pouco exagerado”.
Os três crimes poderiam ter ditado uma punição mais grave de 15 anos de prisão, contudo feito o cúmulo jurídico a pena ficou estabelecida em 12 anos de cadeia.
Contudo, o cumprimento da mesma não está a ser efectivado, pois e o ex-subgerente da Caixa Económica, agência do Mindelo, não foi conduzido à Cadeia Central de São Vicente, uma vez que tal como explicou o advogado de defesa, João do Rosário, a sentença ainda “não está depositada em Juízo”, já que o juiz se “limitou a fazer um resumo”.
Defesa não descarta recurso
“Mas, o que posso dizer é que pareceu-me uma sentença equilibrada, mas com algum exagero em matéria de pena, estava à espera de uma pena mais baixa”, disse o advogado, que informou que vai reunir-se com o seu constituinte para analisarem, sendo “muito provável” que interponha recurso da sentença.
O recurso deverá dar entrada no prazo de dez dias, a partir do momento em que a sentença for depositada na secretaria do Tribunal, segundo a mesma fonte, com “efeito suspensivo” sobre decisão do juiz e deixa Heriberto Rodrigues ainda em liberdade até a nova sentença de recurso, pelo Tribunal da Relação.
O advogado assistente da Caixa Económica, Ilídio Cruz, considerou ter sido uma “sentença justa e equilibrada” e que “não reflecte o sentido de vingança”, mas poderá fazer o ex-gerente reflectir sobre os seus actos.
Heriberto Rodrigues fica assim condenado a 12 anos de prisão, pelos três crimes e obrigado a indemnizar a Caixa Económica de Cabo Verde no montante de 72 mil contos.
Heriberto Rodrigues, que alegadamente mantinha o esquema de desvio de dinheiro desde 2001, foi detectado durante uma inspecção, em 2015, da qual resultou uma investigação policial e que “comprovou ter lesado o banco em cerca de 280 mil euros”, além de “vários clientes” no país e no estrangeiro, conclui a Inforpress.