Boa Vista: PAICV denuncia que famílias desalojadas por incêndio continuam abrigadas num polidesportivo


Walter Évora fez esta denúncia à Inforpress à margem das Jornadas Descentralizadas do Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), na Ilha da Boa Vista, que acontece hoje e domingo, para constatar no local as condições de habitabilidade dos trabalhadores dos resorts turísticos, assim como auscultar a classe empresarial e os agricultores e criadores de gado do norte da ilha.


Conforme disse aquele parlamentar, até agora, “não foi atribuída nenhuma habitação” do “Casa para Todos” para as famílias desalojadas desde o dia 15 de Janeiro passado, em resultado de um incêndio que deflagrou no bairro de Boa Esperança e que consumiu nove barracas.


“Nós conversamos com algumas famílias. Elas dizem que, neste momento, não têm muitas informações e que lhes foi dito que, devido a problemas da não entrada em funcionamento da rede de esgotos, elas têm que continuar à espera”, disse Walter Évora, completando que o seu partido irá confrontar a Câmara Municipal da Boa Vista para ver que informações é que lhes serão dadas.


O presidente da câmara estabeleceu uma quarta-feira, dia 23 de Janeiro, como prazo para resolver o realojamento de cerca de 30 famílias que se encontravam abrigadas no polidesportivo de Seixal, por causa do referido incêndio.


À imprensa, José Luís Santos disse que a alternativa passava por realojar as pessoas socorridas em casas alugadas ou colocá-las nas habitações do “Casa para Todos”, de classe A, alegando “que já pertencem a câmara municipal, transferidas pelo Governo, recentemente”.

O autarca declarou ainda que estas habitações ainda não foram habitadas porque a Estação de Tratamentos de Águas Residuais (ETAR) construída pela autarquia ainda não se encontra em funcionamento, reafirmando que desde a primeira hora a autarquia tem estado a acompanhar de perto a situação.


O bairro da Boa Esperança, outrora denominado bairro da Barraca, é neste momento o maior centro populacional da “ilha das Dunas”, albergando a grande maioria da população proveniente da ilha de Santiago e da costa ocidental africana, que trabalha na construção civil e nas unidades hoteleiras da ilha.


Este bairro tinha sido vítima de outros incendiados nos anos 2000 e 2004.


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