Tropas afegãs e internacionais mataram mais civis do que talibãs no primeiro trimestre de 2019

Esta é a primeira vez que o registo das mortes causadas pelo Governo e pelos seus aliados superam as dos seus inimigos, segundo a ONU.

Ainda assim, foram os talibãs os responsáveis pela maioria de civis mortos e feridos, segundo o relatório da missão da ONU no Afeganistão, que foi divulgado em Cabul.

A maioria das mortes resultou de ataques aéreos, promovidos sobretudo por forças internacionais.

No relatório indica-se que 1.773 civis foram feridos ou morreram nos primeiros três meses, o que representa uma queda significativa em relação ao mesmo período do ano passado, quando 2.305 civis foram mortos ou feridos por todas as partes envolvidas no conflito.

Em 2018, a esmagadora maioria das vítimas mortais deveu-se a ataques suicidas.

A guerra no Afeganistão causou no ano passado um número recorde de civis mortos, 3.804, o maior desde há uma década, quando a ONU começou a contabilizar as vítimas civis, enquanto os Estados Unidos e os talibãs negoceiam um acordo de paz para por fim a 17 anos de conflito.

Em 2018, o número de civis mortos em bombardeamentos aéreos foi idêntico ao conjunto dos anos de 2014, 2015 e 2016.

Especificamente, houve 1.015 vítimas civis em bombardeamentos aéreos (536 mortos e 479 feridos), o valor mais elevado em uma década, dos quais 632 (393 mortos e 239 feridos) corresponderam a ataques das forças internacionais, de acordo com a missão da ONU no Afeganistão.

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