Forças Armadas homenagearam vítimas de ataque em Monte Tchota

Segundo a Lusa, no dia em que se cumprem três anos da tragédia de Monte Tchota, quando um soldado matou a tiro 11 pessoas, incluindo dois civis espanhóis e um cabo-verdiano, as Forças Armadas não quiseram deixar passar a data despercebida, segundo informaram em comunicado.

O “ato singelo e simbólico em homenagem às vítimas do trágico incidente” consistiu na deposição de uma coroa de flores no memorial das vítimas, no destacamento de Monte Tchota, seguida de uma missa que foi rezada no local.

A iniciativa foi presidida pelo Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas de Cabo Verde, Anildo Morais, tendo contado com a presença da cônsul da Espanha na cidade da Praia, Alejandra Garcia Fuertes, e familiares das vítimas.

Na madrugada de 25 de abril de 2015, Manuel António Silva Ribeiro, mais conhecido por "Entany", matou 11 pessoas - oito militares e três civis, incluindo dois cidadãos espanhóis - no destacamento de Monte Tchota, na localidade de Rui Vaz, interior da ilha de Santiago.

Os corpos das vítimas, recorde-se, só foram descobertos no dia seguinte e "Entany" foi detido pela polícia no dia 27, na cidade da Praia, onde aguardou o julgamento em prisão preventiva no estabelecimento prisional militar.

Em novembro, Manuel António Ribeiro, autor confesso dos crimes, foi condenado, em cúmulo jurídico, a 35 anos de cadeia pelo coletivo de juízes do Tribunal Militar, estando a cumprir a pena num estabelecimento prisional civil.

O jovem foi ainda condenado a uma pena acessória de expulsão das Forças Armadas cabo-verdianas e ao pagamento de uma indemnização de 11 milhões de escudos (cerca de 99 mil euros) às famílias das vítimas.

Segundo ainda a Lusa, o tribunal deu como provado que depois de um desentendimento com o comandante do posto militar de Monte Tchota e de ter sido alvo de chacota dos colegas, Manuel António Ribeiro entrou nos três quartos onde dormiam os colegas, disparando sobre eles com a intenção de matar.

Provado ficou também que o arguido aguardou no ponto mais alto do destacamento até às 09h00, altura em que matou os três civis - dois espanhóis e um cabo-verdiano - que chegaram ao local para fazer a manutenção das antenas.

Provado ficou também que as mortes foram causadas pelos disparos das armas AKM e Macarov, que o então militar tinha em seu poder, refere a mesma fonte.


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