EUA destacam porta-aviões para "enviar mensagem" ao Irão
Postado
06/05/2019 11H07
“Os Estados Unidos vão destacar o porta-aviões USS Abraham Lincoln, da Marinha norte-americana, e uma task-force de bombardeiros para o Comando Central dos EUA na região de modo a enviar
uma mensagem clara e inequívoca ao regime iraniano de que qualquer
ataque aos interesses dos Estados Unidos ou dos seus aliados será
recebido com uma força implacável”, assegurou no domingo Bolton.
De acordo com um funcionário da Casa Branca, o vaso de guerra e as
aeronaves terão sido destacados para “dissuadir o que foi visto como
potenciais preparações por parte das Forças iranianas para eventuais
ataques contra as forças norte-americanas na região”.
Em declarações à agência Reuters, a mesma fonte confessou que os Estados
Unidos não esperam, no entanto, um ataque iminente por parte do Irão. John Bolton frisou que “os Estados Unidos não estão à procura de uma
guerra com o regime iraniano, mas estão totalmente preparados para
responder a qualquer ataque, quer este venha da Guarda Revolucionária do
Irão ou das Forças Armadas” desse país.
Ainda no domingo, o secretário de Estado Mike Pompeo afirmou que a recente medida tem estado a ser pensada há já “algum tempo”.
“Iremos responsabilizar os iranianos pelos ataques contra os interesses
americanos. Se esse tipo de ações ocorrer, mesmo que através de
terceiros (…) iremos responsabilizar diretamente os líderes iranianos”,
sublinhou Pompeo.
“Consequências”
A medida chega na sequência de outras tentativas da Administração Trump
de exercer pressão sobre o Irão nos últimos meses, nomeadamente ao
classificar a Guarda Revolucionária Iraniana como uma entidade
terrorista e ao aumentar as sanções relativamente ao petróleo.
Em abril, os Estados Unidos alertaram ainda que iriam terminar com a
isenção de sanções em cinco países que ainda compram petróleo iraniano - China, Japão, Coreia do Sul, Índia e Turquia -, o que poderá reduzir drasticamente as exportações desta substância pelo Irão.
Em resposta, Teerão ameaçou bloquear o Estreito de Ormuz, por onde passa
cerca de um quinto de todo o petróleo consumido a nível global, caso o
país fosse alvo de mais sanções por parte dos Estados Unidos.
Javad Zarif, ministro iraniano dos Negócios Estrangeiros, alertou no
mês passado que o Irão iria continuar com a venda de petróleo nos
mercados mundiais e que os Estados Unidos não deveriam travar a
exportação.
“Se os EUA adotarem a medida descabida de tentar impedir-nos, deverá preparar-se para as consequências”, garantiu.
A tentativa dos EUA de isolar economicamente o Irão começou no ano
passado, quando Donald Trump se retirou unilateralmente do acordo
nuclear que possuía com o país e com outras potências mundiais negociado
em 2015.
Sob o acordo, o Irão tinha concordado em limitar a atividade nuclear e
em permitir inspeções internacionais se, em troca, as sanções fossem
aliviadas.
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