Seis mil guardas. México cede a Trump com reforços à porta da Guatemala
Uma taxa de cinco por cento - que poderá ser agravada até 25 por cento
até outubro - sobre a totalidade dos produtos com origem no México. É
esta a ameaça, a concretizar no início da próxima semana, que o
Presidente norte-americano faz pender sobre os vizinhos meridionais. Na noite de quinta-feira, em declarações à cadeia televisiva Fox News,
Donald Trump martelou a imagem de uma “invasão sem canhões” de
clandestinos. O poder político mexicano dá sinais crescentes de
cedência, ao verter milhares de operacionais sobre o Estado de Chiapas.
Há notícia de pelo menos 1200 migrantes bloqueados, na passada
quarta-feira, ao chegarem à linha de fronteira com a Guatemala, no sul
do México, para onde foram destacados seis mil efetivos da Guarda
Nacional. A par do reforço do dispositivo de segurança, a Presidência de Andrés
Manuel López Obrador sancionou o congelamento de contas bancárias de 26
alegados traficantes de indocumentados. Foi também repatriada uma
centena de hondurenhos. Houve ainda detenções de ativistas dos direitos
dos migrantes.
Obrador diz-se “otimista” quanto à possibilidade de chegar a um
entendimento com o homólogo dos Estados Unidos. O Presidente mexicano,
que no domingo se propunha preservar “a bonita e sagrada amizade” com o
país vizinho, anunciou entretanto a intenção de se deslocar ele próprio à
fronteira com a Guatemala. Pela “dignidade do México”.