Porto Novo: Sebastião Monteiro “Betchinha” com mais de mil tambores fabricados em mais de três décadas como artesão

Natural da Ribeira da Torre, em Santo Antão, “Betchinha” vive, desde 1975, na cidade do Porto Novo, onde começou, em 1983, a fabricar tambores como “um passatempo”, actividade que depois se transformou num “meio de vida”, do qual consegue “algum rendimento” para sustentar a sua família.

“Comecei como passatempo, mas, graças ao incentivo dos meus amigos, dei conta que podia apostar na confecção de tambores como um meio de vida, além de impedir que essa tradição caísse no esquecimento”, lembrou Sebastião Monteiro, muito conhecido em Cabo Verde e além-fronteiras.

Este artesão, desde pequeno, fascinado por tambores, é também um “excelente” tamboreiro e uma das mais destacadas figuras das festas de São João, que se celebram no Porto Novo a 24 de Junho, dia do santo padroeiro.

“Betchinha”, que, com todos os materiais disponíveis, pode confeccionar dez ou mais tambores por dia, já foi solicitado para “dar formações” sobre este ofício em Cabo Verde e no Luxemburgo e tem o sonho de criar a sua própria escola para ensinar crianças e jovens “interessados em aprender a arte de fazer tambores”.

Participa, constantemente, em feiras de artesanato no Porto Novo e em Cabo Verde, de uma forma geral, para divulgar a arte de fabricar o tambor, que é feito de madeira e pele de animais (cabra).

Em 1898, aquando da criação da paróquia do Porto Novo, o concelho já tinha 300 tamboreiros que asseguravam as festas de São João, as quais terão começado a ser celebradas no século XVII, com a chegada da imagem de São João a Santo Antão, proveniente de Portugal. A Semana com Inforpress


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