“Infelizmente, o que constatamos é que a normalidade está longe de ser reposta, e o que impera é a inércia, a desorganização e a ausência de visão estratégica por parte dos poderes locais e centrais. As chuvas de 11 de Agosto e de 11 de Setembro foram, antes de mais, um despertar brutal para uma verdade há muito ignorada”, afirmou.
Para os democratas-cristãos, o problema não se limita à gestão de emergência imediata.
O partido aponta a ausência de visão estratégica e de coordenação como factores que agravam a situação, deixando a população sem soluções eficazes para recuperar infraestruturas e serviços essenciais.
“A população tem o direito de saber quando e como a normalidade será restabelecida. É fácil constatar o descaso e desrespeito pela dignidade humana. É inadmissível que ainda existam famílias desalojadas, sem qualquer solução habitacional minimamente digna. Não se pode submeter ninguém a sofrimento prolongado, sobretudo quando existem meios ao dispor. A própria declaração do estado de calamidade permite mobilizar recursos rapidamente. O que está a faltar é vontade política, liderança e competência. Mais grave ainda é saber que um centro de saúde foi forçado a encerrar, por falta de intervenção da Câmara na correcção de esgotos a céu aberto nas imediações. Isso é mais do que desleixo, é um atentado contra o direito à saúde”, criticou.
Anilton Andrade nota que, passadas mais de quatro semanas desde a tempestade, continuam por resolver problemas graves, como vias danificada e esgotos a céu aberto e famílias desalojadas.