Presidente da câmara denuncia “deputados bairristas e frontalmente contra a Praia”
Óscar Santos manifestou esta inquietação em conferência de imprensa para reagir a forma como o Estatuto Especial Administrativo da Cidade da Praia foi chumbado no Parlamento.
O autarca disse ser esta uma oportunidade para o país repensar na lista, fazendo escolha nas pessoas que saibam representar a Nação, tendo em atenção as pessoas que são “verbalmente, frontalmente e violentamente contra a Praia”.
É que para Óscar Santos, os deputados “têm de ser um exemplo da Nação e não pode podem estar a fomentar o bairrismo e a divisão dos cabo-verdianos”.
O edil colocou, por outro lado, a hipótese do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição) ter já dado como perdida as próximas eleições autárquicas na capital para inviabilizar o estatuto especial da Praia, em detrimento de uma aliança política para a autarquia de São Vicente.
Candidato à sua própria sucessão, Óscar Santos afirmou que se posiciona contra a vitória antecipada, ressalvando mesmo que “a eleição é ganha até ao último dia”.
“Nós não somos vencedores antecipados. A eleição autárquica não tem nada a ver. Seria por lógica da razão que com o Estatuto Especial, mais meios para Praia, que o PAICV e o seu candidato posicionasse a favor da votação do Estatuto Especial. Não fizeram porque pensaram que já perderam a Praia. Jogaram a toalha ao chão”, esclareceu.
O autarca, que não se conforma por mais este chumbo do Estatuto Especial Administrativo da Cidade da Praia, no Parlamento (a quarta consecutiva), alertou os partidos políticos para terem muita cautela na escolha dos deputados, com o argumento de que apesar de serem eleitos pelos círculos eleitorais não deixam de ser deputados da Nação.
O Estatuto Administrativo Especial para a cidade da Praia de Cabo Verde, Praia, foi rejeitado no Parlamento, após a proposta de regulamento apresentada pelo Governo não ter conseguido a maioria absoluta dos deputados presentes na sala de sessões.
O documento inviabilizado com 39 votos a favor na generalidade, sendo 35 do Movimento para a democracia (MpD, poder) e quatro do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição), que também votou 21 abstenções.
Seis deputados votaram contra a proposta, sendo três da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID, oposição), dois do PAICV e um do MpD.
SR/CP