Declarações do director Nacional da Saúde são “infelizes” e desmerece o trabalho dos profissionais, diz SNPCB

presidente do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB), Renaldo Rodrigues fez estas declarações em conferência de imprensa, quando questionado sobre o impacto das medidas de fiscalização, na sequência do apelo de Artur Correia sobre a necessidade de se reforçar as medidas de fiscalização, visando garantir o cumprimento das medidas sanitárias.

Para as instituições envolvidas no processo de fiscalização, frisou, as afirmações do director Nacional da Saúde são um pouco “contraditórias”, uma que o trabalho que a equipa “incansavelmente” tem estado a desenvolver no terreno.

“A afirmação, de certa forma desmerece aquilo que é o trabalho que os profissionais estão a fazer no terreno e demonstra que o director Nacional da Saúde não está a acompanhar aquilo que é o trabalho da fiscalização, porque se estivesse por dentro, iria perceber que nesta fase, nós, diariamente, temos o pessoal no terreno”, declarou, apelando uma certa cautela relativamente à análise das acções de fiscalização no contexto da covi-19.


“Não diria que o problema nesta fase está na fiscalização, porque, por aquilo que estamos a ver, há incumprimentos, mas temos que ser objectivos quando fazemos essas análises, uma vez que até hoje não temos informação sobre o número de transmissão por via indirecta e nós precisamos dessa informação para de certa forma focalizarmos numa ou noutra acção”, asseverou, frisando que o maior constrangimento da fiscalização neste momento tem a ver com a não disponibilização desses “importantíssimos dados” por parte das autoridades sanitárias.


Renaldo Rodrigues afiançou, neste sentido, que as instituições envolvidas no processo de fiscalização vão continuar a realizar os seus trabalhos, salientando, no entanto, que a participação do pessoal da saúde neste processo tem sido “limitadíssima”.


“Estamos a falar de uma fiscalização que tem uma forte componente da saúde, estamos a falar de uma crise sanitária, temos o pessoal aqui, mas a participação do pessoal da saúde tem sido limitadíssima nesta fase. Não está presente (…) e nem sequer tem a preocupação de ligar para saber como é que as coisas estão a andar”, criticou, lembrando que existem bairros na cidade da Praia que carecem de informações precisas de forma a permitir uma melhor abordagem.


Por seu turno, o Inspector-geral das Actividades Económicas (IGAE) Elisangelo Monteiro, destacou as acções de fiscalização realizadas nos últimos meses pela instituição, indicando que em quatro semanas de intervenções foram detidas quase 500 pessoas por incumprimento das regras.


“Existem ainda vários estabelecimentos que ainda permanecem encerados, porque não têm condições legais, não estão reunidas as condições sanitárias, daí então essa equipa tem feito para além das acções de fiscalização e de controlo de dia e de noite. Estamos aqui numa intensidade operacional muito grande, que precisa ter o acompanhamento da direcção Nacional da Saúde”, afirmou.


Realçou ainda que a população não tem colaborado e que o comportamento não tem sido o “desejável”, isto porque, face ao actual contexto da covid-19, que afecta o país, as pessoas, principalmente os jovens, têm promovido festas e diversões nocturnas, contribuindo assim para a propagação do vírus da covid-19.


Apelou, neste sentido, a denúncias e ao cumprimento das medidas sanitárias, considerando que essa colaboração do cidadão como “importante” para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus no país.


Cabo Verde regista um acumulado desde 19 de Março de 2.583 casos positivos de covid-19, com 1.911 recuperados, 25 óbitos e dois estrangeiros transferidos para os países de origem.


Em África, há 20.629 mortos confirmados em mais de 970 mil infectados em 55 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.


A pandemia de covid-19 já provocou mais de 694 mil mortos e infectou mais de 18,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detectado no final de Dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.


CM/JMV


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