Presidente da república pede que questões institucionais não sejam discutidas na praça pública

“Todos os reparos a atuações ou omissões de instituições ligadas diretamente à prevenção e combate do vírus, mesmo os mais objetivos e legítimos, vindos de parceiros institucionais, devem ser preferencialmente colocados nos espaços próprios e não na praça pública”, publicou Jorge Carlos Fonseca, na sua página oficial do Facebook.

Segundo a Lusa, a publicação do chefe de Estado, surge após declarações do diretor nacional de Saúde, Artur Correia, e do presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB), Renaldo Rodrigues.

Em conferência de imprensa na segunda-feira, Artur Correia alertou para a situação na Praia, que face aos cerca de 150 casos semanais que continuam a ser registados, influencia todo o arquipélago.

"A Praia não nos está a deixar descer (número de casos). Já descemos em todos os concelhos (...) Precisamos, na Praia, de fazer algo mais, algo de melhor, que envolva a própria população e as autoridades, no sentido de fazer cumprir as normas gerais que foram emanadas pelo Governo”, exortou o responsável, aludindo ao aparente relaxamento da população no cumprimento de medidas de distanciamento social, sobretudo pelos jovens.

No dia seguinte, também em conferência de imprensa para dar conta de resultados de operações em todo o país, com destaque para a cidade da Praia, Renaldo Rodrigues disse que as declarações do diretor nacional de Saúde foram “infelizes” e “um pouco contraditórias” daquilo que tem sido o “trabalho incansável” da Proteção Civil, que tem agido “com rigor”, refere a notícia avançada pela Lusa.

“A afirmação de certa forma desmerece o trabalho que os profissionais estão a fazer no terreno e demonstra que o diretor nacional da Saúde não está a acompanhar o trabalho da fiscalização. Porque se ele estivesse por dentro iria perceber que diariamente temos pessoal no terreno”, respondeu o presidente da Proteção Civil.

Segundo a mesma fonte, apelando a “alguma cautela” na tentativa de desmerecer o trabalho de outras partes, Renaldo Rodrigues afirmou que a Proteção Civil pediu à direção nacional da Saúde informações sobre o número de transmissão por via indireta na Praia e outros municípios, mas até hoje não teve resposta.

Segundo o Presidente da República, o momento em que o país vive “exige perseverança na atitude, paciência no combate, sentido de responsabilidade de todos e de cada um, e, igualmente, uma postura de solidariedade e permanente articulação institucionais”.

“Havendo dificuldades, falhas, erros, donde vierem, o adequado é o esforço de suprimento, de superação e correção, com vista ao aprimoramento e ao reforço da eficácia da luta contra a epidemia e os seus efeitos”, pediu o mais alto magistrado da nação cabo-verdiana.

Jorge Carlos Fonseca terminou a sua publicação exigindo coesão, articulação, determinação conjunta e paciente colaboração para enfrentar os desafios e as dificuldades, refere a Lusa.

Cabo Verde contabiliza um acumulado de 2.689 casos de covid-19, desde 19 de março, dos quais 27 óbitos, dois doentes transferidos para os seus países e 1.955 doentes recuperados.

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