Sindicato dá prazo de 24 horas para que Cruz Vermelha de Cabo Verde regularize salários atrasados dos trabalhadores

Este sindicalista avançou esta informação à imprensa, à margem de um encontro com os trabalhadores da Cruz Vermelha de Cabo Verde sobre o posicionamento dos mesmos quanto à forma de luta para defenderem os seus direitos relacionados com o pagamento integral do salário do mês de Julho e a aprovação e implementação do Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS).

“Nós dissemos que iríamos nos encontrar com os trabalhadores para poder decidir os passos seguintes para fazer valer os seus direitos. Da reunião que tivemos com os trabalhadores, decidiram pelo prazo de 24 horas para reembolsar os 35% que o INPS não pagou, para completar o vencimento do mês de Julho, que não foi pago integralmente”, afirmou.

Quanto à aprovação do PCCS, o sindicalista avançou que ficou, igualmente, decidido no encontro que a direcção da Cruz Vermelha de Cabo Verde tem até finais de Setembro deste ano para a sua implementação.

“O PCCS que já tinha sido acordado em sede de concertação com a Direcção-geral do Trabalho (DGT) e que ficou estipulado que em Janeiro de 2020 seria socializada com os trabalhadores a grelha salarial e com o órgão representativo do sindicato de que em Janeiro começava a ser implementada”, lembrou.

Caso contrário, advertiu, os trabalhadores estão a ponderar adoptar outras formas de lutas para fazerem valer os seus direitos.
Por seu turno, o representante dos trabalhadores da Cruz Vermelha de Cabo Verde, José Tavares, lamentou que em 45 anos de história desta instituição, “é a primeira vez que uma direcção não cumpre os seus compromissos relativos ao pagamento de salário”.

“Nós não recebemos nenhuma explicação porque é que a Cruz Vermelha não pagou ainda o salário integral. Recebemos um ofício a informar que a Cruz vermelha pediu à DGT a suspensão dos contratos de trabalho, todavia temos um email da DGT que dá conta da devolução do processo, porque a CVCV não cumpriu todos os requisitos”, frisou, salientando que a direcção não estipulou a data para a reposição dos 35 % do salário.

Os trabalhadores, segundo este responsável, no mês de Julho laboraram normalmente, daí não entender o não pagamento integral do salário, informando que muitos ficaram prejudicados com esta medida da Cruz Vermelha, que considerou como sendo uma “organização humanitária e com capacidade financeira sólida”.

Mostrou-se, por outro lado, optimista de que a direcção da CVCV irá encontrar uma solução para a questão da reposição dos 35 % do salário de Julho.

“Acredito que o prazo será cumprido, mas caso não for, em solidariedade com os nossos colegas que estão com dificuldades, não podemos alargar mais o prazo São 24 horas para processarem o nosso salário e até Setembro para a implementação do PCCS e não descartamos hipótese da paralisação, manifestação ou de denunciar esta prática, que é de agora, e nem tão pouco constituir e entregar o processo ao Ministério Público”, alertou.

Quanto à resolução do processo do PCCS, disse que já se passaram 11 anos que os colaboradores da referida organização estão a aguardar a implementação de um novo plano, revelando que cerca de 80% dos trabalhadores auferem salário entre 13 a 25 mil escudos e que a nível nacional a Cruz Vermelha de Cabo Verde dispõe somente de seis técnicos superiores.

CM/JMV


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