Primeiro-ministro admite prolongamento do estado de calamidade nas ilhas de Santiago e Sal

“Estamos ainda no estado de calamidade e, se houver necessidade, vamos continuar a fazê-lo sim”, respondeu o chefe executivo, quando (no domingo) questionado pelos jornalistas sobre este assunto, no Tarrafal de Santiago, onde presidiu a primeira apresentação pública dos cabeças de lista do Movimento para a Democracia (MpD- poder) para as eleições autárquicas de 25 de Outubro.

Na ocasião, Ulisses Correia e Silva garantiu ainda que não vai haver um novo estado de emergência, afirmando que o Governo vai continuar a apostar na melhoria da situação sanitária e de redução de contágio.

Para tal acontecer, o governante apelou à responsabilidade de todos, para que se crie as condições para que se possa reduzir de forma significativa a transmissão de covid-19, particularmente na Cidade da Praia.

Tendo em conta o aumento de casos positivos da covid-19 no País, o Governo, através do ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, anunciou no passado dia 07 de Agosto a prorrogação do estado de calamidade nas ilhas de Santiago e Sal, que tem registo de confirmação de mais casos, mantendo assim encerradas algumas instalações e proibidas actividades, designadamente recreativas, de diversão e desportivas.

Na altura, informou que o funcionamento de estabelecimentos de consumo de bebidas alcoólicas ficaria encerrado temporariamente, explicando que findo este período de encerramento estes estabelecimentos deveriam apresentar, para o seu normal funcionamento, uma declaração de conformidade sanitária, emitida pelas autoridades de fiscalização.

Com a prorrogação do estado de calamidade, os restaurantes, locais de vendas e consumo de refeições rápidas, roulottes e similares nas referidas ilhas foram obrigados a suspender o atendimento público a partir das 21:30 e a encerrar todas as actividades às 22:00.

Paulo Rocha afirmou ainda que foi proibida a realização de festas e convívios, ainda que em residências particulares, e a actividade balnear na ilha do Sal ficou encerrada nos termos a definir pelo Instituto Marítimo Portuário (IMP).

Entretanto, sexta-feira, 28, o Presidente da República, em declarações à imprensa, anunciou que vai convocar o Conselho da República, mas escusou-se a confirmar se haverá um segundo estado de emergência no país, tendo em conta a evolução da pandemia em Cabo Verde.

Instado se vai declarar mais um estado de emergência, respondeu nesses termos: “Nunca se pode dizer nunca mais”.

“É uma possibilidade que, em tese geral, está sempre em aberto. O que posso dizer é que, neste momento, não está na minha perspectiva”, precisou Jorge Carlos Fonseca, a propósito de um eventual estado de emergência, adiantando, porém, que há que encontrar soluções “fora de um quadro de excepção”.

“Não seria prudente, da minha parte, dizer que nunca mais iremos ter [estado de emergência]. Vai depender da evolução da situação epidemiológica do País”, observou Fonseca, concluindo que o fundamental é que todos tenham uma consciência “cada vez mais forte” que esta pandemia é uma “coisa séria” e que implica “perigos graves” não só para a saúde das pessoas, mas também para a economia do país. A Semana com Inforpress

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