Aristides Pereira primeiro Presidente da República de Cabo Verde faleceu há nove anos
Aristides
Maria Pereira, primeiro Presidente da República de Cabo Verde após a
independência nacional a 05 de Julho de 1975, faleceu a 22 de
Setembro de 2011 em Portugal, vítima de doença prolongada, faz hoje nove anos.
Natural da Boa Vista, nascido a 17 de Novembro de 1923, Aristides
Pereira foi o primeiro Presidente da República de Cabo Verde independente,
cargo que ocupou até às eleições democráticas de 1991, as primeiras eleições
livres no país.
O papel de Aristides Pereira na história comum de Cabo Verde e da
Guiné-Bissau começa com a decisão de emigrar para a Guiné, decorria o ano de
1947.
Em Bissau, Aristides Pereira trabalhou para os serviços dos
Correios após cumprir prova de admissão, na província de Bafatá.
Aristides Pereira conheceu Amílcar Cabral nos anos 50 quando regressava
à Guiné-Bissau após um período de férias passadas em Cabo Verde. Este
acontecimento iria mudar definitivamente a vida de Aristides Pereira, pois
atéàa data não tinha travado contacto com os movimentos nacionalistas.
Após o período caótico que se vivia na Guiné-Bissau seguiu-se uma fase
de profunda consciencialização da causa nacionalista das colónias Africanas,
que culminou com a criação do Partido Africano para a Independência da Guiné e
Cabo Verde (PAIGC).
O PAIGC foi fundado a 19 de Setembro de 1956 em Bissau, por Amílcar
Cabral juntamente com mais cinco elementos que viriam a ser camaradas de armas
de Cabral, entre eles contam-se nomes como Aristides Pereira, Luís Cabral,
Fernando Fortes, Júlio de Almeida e Elisée Turpin.
Em Conacry, Aristides Pereira, ocupou o cargo de Secretário-geral
adjunto do PAIGC de 1964 até Janeiro de 1973, altura do assassinato de Amílcar
Cabral. No II Congresso do partido, em 1973, foi eleito para o cargo de Secretário-geral.
Com a independência de Cabo Verde a 05 de Julho de 1975, Aristides
Pereira foi eleito o primeiro Presidente da República, entretanto reeleito nos
anos de 81 e 86. Foi nomeado em 1981 para o cargo de secretário-geral no I
Congresso do PAICV, sendo em 1983 e 1986, reeleito pelos II e III Congressos.
Em 1991, nas primeiras eleições pluralistas de Cabo Verde, é derrotado
por António Mascarenhas Monteiro e abandona definitivamente a política activa
para se dedicar à sua biografia.
Em Julho de 2007, Aristides Pereira foi hospitalizado em França, após
sofrer um problema cardíaco, quando seguia a bordo de um avião da TAP,
proveniente de Londres e com destino a Lisboa, na companhia da mulher Carlina
Pereira.
Em 2010, em Lisboa para ser homenageado pela Associação Cabo-verdiana,
Aristides Pereira sofreu uma fractura do perónio e teve de ser operado de
urgência em Coimbra.
O seu papel na luta independentista e a carreira política de
Aristides Pereira foram apreciados por vários países: a República da Guiné
distingue-o com a medalha de Fidelidade ao Povo (1º grau) e com a medalha da
Ordem Amílcar Cabral (1° grau), o Senegal, com a Grã-Cruz da Ordem Nacional do
Leão, a Jugoslávia, com a medalha da Ordem da Grande Estrela da Jugoslávia.
Em Moçambique foi condecorado com a medalha da Ordem Eduardo Mondlane
(1° grau), em Portugal, com o grande colar da Ordem Militar de Sant’Iago da
Espada e com o grande colar da Ordem do Infante D. Henrique, no Brasil, com o
grande colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul, em Cuba, com a medalha da
Ordem José Marti.
Em Angola, Aristides Pereira recebeu a medalha da Ordem Agostinho Neto e
em Cabo Verde, a medalha da Ordem Amílcar Cabral (1° grau).
É também Doutor Honoris Causa pelas Faculdades de Direito das
Universidades de Rhode Island (Providence, EUA), Sacred Heart, de Bridgeport
(Connecticut, EUA), Usmanu Danfodyo (Sokoto, Nigéria) e pela Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).
Aristides Maria Pereira faleceu a 22 de Setembro de 2011, em Portugal,
vítima de doença prolongada.
FONTE: INTERPRESS